Onde ver: Netflix
5.5Média Hybrido
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7.4

Nesta última semana estreou a quinta temporada de “Black Mirror”, a série sobre as distopias afluentes do mundo da tecnologia (e que fizemos um apanhado recente neste artigo aqui ), com três novos episódios: “Striking Vipers”, sobre dois amigos de universidade unidos ao longo da vida por um jogo virtual de luta; “Smithereens”, onde um motorista de táxi se torna o centro das atenções após um incidente envolvendo um de seus passageiros; e “Rachel, Jack e Ashley Too”, onde uma solitária adolescente possui uma adoração por uma popstar, que na vida real não parece ser tão doce quanto aparenta, e se aproxima desse culto ao adquirir uma boneca da popstar dotada de inteligência artificial.

O escapismo das regras da sociedade associado à realidade virtual em “Striking Vipers”

“Striking Vipers” nos apresenta os amigos Danny (Anthony Mackie) e Karl (Yahia Abdul-Mateen II), fãs do jogo de luta que dá nome ao episódio, que se reencontram anos depois no aniversário de Danny, sendo este casado com sua namorada da época, Theo (Nicole Beharie), e Karl recém-separado.

Karl presenteia Danny com a versão de realidade virtual do jogo de luta que jogavam no passado, e por essa experiência a história perpassa questões sobre amizade, relacionamentos, vida adulta, compromissos e fantasias sexuais através das partidas entre os dois amigos, numa premissa interessante que deixa a desejar em termos de profundidade.

O peso insustentável dos traumas no contexto surtado de dependência digital em “Smithereens”

Já em “Smithereens” vemos a história de Chris (Andrew Scott), um motorista de táxi com os nervos à flor da pele devido a traumas do seu passado, que direciona toda a sua angústia contra uma rede social dominante chamada Smithereens ao causar um incidente para chamara a atenção do CEO da empresa, Billy Bauer (Topher Grace).

Neste episódio, o roteiro estabelece uma construção narrativa interessante através da instabilidade de sue protagonista perante à onipresença da rede social à sua volta, invocando a resposta do “Deus” deste contexto (o CEO da empresa) para trazer respostas às suas angústias, com um resultado bastante satisfatório.

A jornada adolescente e as respostas aos seus vazios interiores em “Rachel, Jack and Ashley Too”

No último episódio vemos a história da acanhada adolescente Rachel (Angourie Rice), que possui relação distante com sua irmã Jack (Madison Davenport) e pede de presente ao pai (Mark Menchaca) a boneca dotada de inteligência artificial Ashley Too, baseada na popstar Ashley O (Miley Cyrus), de quem Rachel é fã, e a adolescente acaba se afeiçoando excessivamente à boneca, o que preocupa sua irmã..

Já Ashley O ao mesmo tempo possui seus próprios problemas pessoais com os bastidores de e rumos de sua carreira e do relacionamento com sua tia que a agencia, Catherine (Susan Pourfar), e as angústias de Rachel e Ashley O acabam se cruzando inesperadamente após um incidente.

Este episódio abraça muitos arcos e assume contornos risíveis e artificiais no ato final, trazendo um desfecho que não soluciona os problemas trazidos na introdução e que poderiam desenvolver uma história muito mais interessante do que apenas ser cenário para o pastiche de atuação da cantora Miley Cyrus.

Notas individuais:

“Striking Vipers” – nota 5,5

“Smithereens” – nota 8,0

“Rachel, Jack and Ashley Too” – nota 3