Onde ver: Cinema
7Nota da Hybrido
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“O Homem Invisível” é a mais nova repaginação do clássico de H. G. Wells pro cinema, comandada pela Blumhouse, a grande produtora do gênero do horror nos últimos anos, e dirigida por Leigh Whannell (o mesmo de “Upgrade” (2018), bom filme mas pouco visto por aqui), que é mais conhecido pela maioria como um dos protagonistas do primeiro “Jogos Mortais”(2004).

O filme conta a história de Cecilia (Elisabeth Moss), que foge do abusivo namorado Adrian (Oliver Jackson-Cohen) e semanas depois, tem conhecimento de que ele se suicidou e deixou sua fortuna sob certas condições de conduta criminosa e psicológica. Após certas coincidências estranhas ocorrerem após a morte do ex, Cecilia começa a considerar que a morte de Adrian é uma farsa.

Whannell conduz muito bem a essência de um filme de horror considerando a invisibilidade da ameaça, que é criar dúvida e angústia com o espaço ocupado pela protagonista atormentada e os sons naturais ou incidentes dentro deste universo, e nestas questões a fotografia e o som são muito bem realizados (em muitos momentos lembrando os momentos fantasmagóricos de “Personal Shopper” (2016), de Oliver Assayas) .

A escolha de Elisabeth Moss para interpretar a protagonista também é um enorme acerto da produção, tanto pelo seu já reconhecido talento para diversos papéis, o que a personagem Cecilia exige, e a capacidade de trabalhar fisicamente em cenas onde não se vê a ameaça, e ela contribui muito com sua interpretação nas cenas de susto e tensão ao longo do filme.

Porém, o roteiro possui algumas barrigas que só fazem alongar o desfecho, e obrigando a narrativa produzir decisões pouco justificadas no seu terceiro ato, trazendo sim um desfecho satisfatório ao problema central da protagonista, mas deixando alguns danos aos personagens á sua volta para poder amarrá-lo.

Ou seja, as falhas de roteiro acabam desviando um pouco o que há de melhor no filme, que é sempre deixar em evidência toda a ambiguidade que dá força à mensagem que o filme quer passar com relação a relacionamentos abusivos, mas mesmo assim o filme é um bom produto de entretenimento em cartaz nos cinemas.