Druk começa com uma citação do filósofo Soren Kierkegaard sobre a juventude e o amor. Com isso, o filme já propõe uma reflexão acerca do peso das responsabilidades inerentes à vida adulta, versus a liberdade da juventude.
Seguindo essa premissa, conhecemos um grupo de amigos de longa data, professores quarentões que estão em crise, desanimados com suas vidas, o que reverbera em seus trabalhos e relações pessoais. Juntos, eles resolvem testar uma hipótese científica na qual a manutenção de 0,05% de álcool no sangue de uma pessoa resultaria em um melhor desempenho social e profissional.
A experiência começa de forma controlada e leve, mas ao perceberem a apatia indo embora, o exagero toma conta, e o que começa como uma grande brincadeira não demora muito a desandar e complicar ainda mais a vida deles.
O filme propõe diversas discussões, como o limiar do consumo de álcool de forma sociável e o consumo como válvula de escape para a vida e seus percalços. Entretanto, não se trata de um filme sobre alcoolismo, mas sim sobre o deconforto do ser humano em lidar com as escolhas que fazemos pelo caminho, que muitas vezes nos passam despercebidas. E ainda, em como nos reencontrar nos muitos momentos em que nos perdemos.
O roteiro desenvolve de forma rasa o resultado do vício na vida dos quatro personagens, tendo como foco o personagem de Mads Mikkelsen, mas compensa em um final que, apesar de catártico, deixa as reflexões propostas em aberto.