Produzido pelo grande cineasta Spike Lee, “A Gente Se Vê Ontem” nos traz a história de dois adolescentes prodígios, CJ (Eden Duncan-Smith) e Sebastian (Dante Crichlow) que desenvolvem para sua feira de ciências na escola um aparelho que os faz voltar ao tempo por tempo limitado. Porém, após um incidente fatal na vida de CJ, os dois jovens utilizam seu invento para tentar evitar tal tragédia.
Em seu longa-metragem de estréia, Bristol conduz bem o elenco juvenil, e seu roteiro escrito em conjunto com Fredrica Bailey consegue construir um enredo onde coloca a inevitabilidade de acontecimentos na linha do tempo como uma metáfora da “inevitabilidade” da situação dos negros enquanto vítimas do racismo institucional perante a polícia, onde as aspas são indicativo de como isso ainda pode acabar com muita luta pela igualdade racial, onde o desfecho do filme em aberto demonstra muito potencial na reflexão sobre o tema.
Fora essa nuance interessante na história, trata-se de uma aventura comum de viagem no tempo e suas consequências, e o maneirismo fotográfico irritante de se fazer uma estética de videoclipe a cada virada de ato prejudica mais do que colabora, diluindo o que interessa dentro do eixo dramático da história e dando a impressão que não havia volume de conteúdo suficiente para um longa-metragem. Vale destacar importante ponta do ator Michael J. Fox como professor de Ciências dos dois protagonistas, numa clara menção ao seu icônico papel no filme “De Volta Para o Futuro”.
Onde ver: Netflix