FESTIVAL DO RIO 2019
8.5Nota da Hybrido
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6.0

A mais nova adaptação para o cinema de “Adoráveis Mulheres” ganhou o olhar de uma das cineastas mais ascendentes de Hollywood, Greta Gerwig (a mesma de “Lady Bird – A Hora de Voar” (2017)), ganhando assim o status de um dos carros-chefes da temporada de premiações desde a pré-produção – e a expectativa parece que não deixará de ser verdadeira.

A sinopse é a mesma: a história do amadurecimento das irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) em meio a um Estados Unidos em plena guerra civil, enfrentando os desafios de seguirem unidas pelo seu amor de irmãs.

Gerwig dirige com brilhantismo esta nova adaptação, evoluindo bastante de seu último filme tanto nas escolhas de planos e enquadramentos como em movimentos de câmera, usando muito bem a linguagem cinematográfica ao seu favor para contar sua história e passar mensagens.

Porém, a adaptação do romance para as telas se mostrou muito literal, talvez por respeito excessivo de Greta Gerwig pelo material original ao transpô-lo às telas pela sua ótica, e mesmo escorregando em um ou dois momentos um tanto panfletários e fora do tom geral da história, ela não compromete na qualidade do texto, mas sim na estrutura adotada para contar a história.

O jogo de cores entre momento atual (cores frias) e flashbacks (cores quentes) para transpor a nostalgia pelo tempo que passou pelas suas personagens não foge do tradicional, e figurino e o design de produção são impecáveis como um filme de época exige e a trilha sonora ancora com muita classe o perfil de melodrama que a narrativa exige.

O elenco forte corresponde na grande maioria dos papéis, com destaque à Florence Pugh que transpõe com naturalidade ingenuidade versus maturidade sem fazer muito esforço, enquanto Saoirse Ronan sofre com os cacos de personalidade que Gerwig mais uma vez impõe à protagonista de seu filme, mesmo que seja apenas um detalhe dentro da força da protagonista dessa história literária.

“Adoráveis Mulheres” é um bom exemplar de melodrama de época desta temporada no cinema e mais um degrau que Greta Gerwig sobe como realizadora de peso no cinema norte-americano, merecendo ser ainda mais prestigiada nos seus próximos projetos como diretora.