Onde ver: Netflix
8Nota da Hybrido
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8.0

A terceira temporada da série “Stranger Things” estreou na última quinta-feira, nos trazendo de volta ao universo da pequena cidade de Hawkins, junto a Eleven e sua turma de agora adolescentes que encaram forças misteriosas vindas do mundo invertido.

Os personagens agora lidam com romances, amadurecimento, separações, como todos adolescentes, e precisam encarar uma nova ofensiva do Devorador de Mentes, que usa Billy como isca para atrair novos seguidores, se fortalecendo para novo ataque.

A narrativa da temporada se divide em diversos sub-grupos bem estabelecidos, e se alguns seguem a boa premissa até o fim com conclusões dramáticas satisfatórias (como a dos adolescentes), outras se tornam bem enfadonhas, principalmente as que envolvem a ameaça russa que nunca se concretiza ou sequer se explica o propósito (um dos problemas dessa temporada).

Importante o tema do empoderamento feminino estar presente na maioria dos núcleos da história, e como também a relação entre pais e filhos importa para a maioria dos personagens, pro bem ou pro mal de cada um deles, como uma espécie de eixo central dentro do universo nostálgico criado na série em torno dos anos 80.

No elenco temos boas surpresas, concentradas no grupo liderado por Dustin, que são Erica, a irmã mais nova de Lucas, e Robin, a colega de trabalho de Steve na loja de sorvetes, sendo o alívio cômico desta temporada com bons diálogos, e o vilão encarnado pelo personagem Billy, que com mais tempo de tela e profundidade na sua caracterização deu valor à história (mesmo tendo explorado muito pouco a sua relação com a irmã).

A fotografia e o design de produção saltam aos olhos nesta temporada, com um detalhismo muito interessante que nos coloca dentro daquela época, e usando muito bem as cores no sentido dramático da série, além dos bons efeitos especialmente nas aparições da criatura, com visceralidade digna do cinema de Carpenter e Cronenberg.

Por fim, existe um arco dramático muito bem definido e amarrado ao fim desta terceira temporada da série, até aqui bem regular e objetiva, e tudo se encaminha para um fim na próxima temporada – isso se os produtores deixarem, e não forçarem uma esticada maior movidos pelo grande sucesso da série, e se isso ocorrer, que não prejudiquem o conjunto que “Stranger Things” promete deixar para essa nova era das séries movidas pelo binge watching das plataformas de streaming.