O músico Thom Yorke, para promover seu álbum novo homônimo a este curta-metragem, lançou esse curta-metragem, dirigido pelo seu parceiro de clipes musicais antigos de sua banda Radiohead, que nos mostra uma espécie de musical distópico que entrelaça um homem (Thom Yorke) e uma mulher (Dajana Roncione).
Marido e mulher na vida real, Yorke e Roncione atuam bem fisicamente em meio às coreografias, no início expressando tédio e monotonia, na segunda tentativas de conexão frustradas pelas condições de espaço, depois o início de uma interligação entre dois similares, numa espécie de transposição jungiana em forma de dança.
Nada é banal, e funciona até o humor físico de Yorke em certas cenas, trazendo viva a memória das comédias de cinema-mudo, extremamente corporais e de semblantes. Anderson consegue compor uma narrativa coerente mesmo em meio à abstração proposta, e a bela fotografia de Darius Khondji compõe bem e com sinergia essa proposta.
Vale ouvir o álbum depois, e ter as letras das músicas usadas em mãos, já que a Netflix não dispõs legendas em português para as canções, o que prejudica a experiência dos que não tiverem noções afiadas de inglês.