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10Nota da Hybrido
Votação do leitor 12 Votos
7.7

O documentário brasileiro “Democracia em Vertigem”, dirigido pela cineasta Petra Costa, se propõe a acompanharmos por intermédio da narrativa pessoal da diretora e da história dela e de sua família a ascensão e queda do poder do Partido dos Trabalhadores (PT), representado pelos ex-presidentes do Brasil Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff entre 2002 e 2016, com a consequente polarização do país em dois lados, e a ascensão do pior de nossa história mais uma vez ao poder através do atual presidente Jair Bolsonaro.

A opção de Petra pela narrativa em primeira é acertada por desarmar o espectador mais radical explicando bem suas origens, com a descrição burguesa de sua família e como seus pais romperam com esse legado na resistência à ditadura militar e se refletiu na sua própria formação política, independente de lado, como uma defensora da democracia.

Além disso, as imagens exclusivas, os depoimentos fortes de atores deste cenário e dos coadjuvantes silenciosos dentro do Palácio com destaque para a visão de uma das faxineiras, das mais razoáveis numa descrição do seu seria uma solução democrática em meio aos embates pelo impeachment de Dilma, a despedida de Lula e Marisa com os funcionários do Palácio, e o velório de Marisa, com a câmera captando a desconstrução emocional de Lula vendo sua companheira falecida.

A montagem entremeando a linha temporal dos acontecimentos com contemplações do Palácio do Planalto vazio e a cada ato cada vez mais escuro, agindo como pontos de virada da narrativa, sem deixar pontas soltas dentro da argumentação documentária escrita muito bem pela diretora, e que faz dessa obra algo que crescerá ao longo do tempo e dos acontecimentos, com a produção caprichada e muito bem realizada pela Petra Costa.