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No Oscar desse ano, um dos grandes momentos da festa foi o reconhecimento, ainda que tardio, da Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood com o diretor Spike Lee, uma referência quando se trata da temática afro-americana e a exposição de suas mazelas, em filmes variados, como “Irmãos de Sangue” (1995), “Febre da Selva” (1991), “Malcolm X” (1992) e “Chiraq” (2015).

O cinema de Spike Lee ganhou o mundo com “Faça a Coisa Certa” (1989), nossa dica deste mês que após ser aclamado no Festival de Cannes (com o diretor sendo indicado à Palma de Ouro) e por toda a crítica internacional, foi solenemente ignorado pela Academia, recebendo apenas indicações ao Oscar de melhor ator coadjuvante (para um dos poucos atores brancos do elenco, Danny Aiello) e melhor roteiro original (para o próprio Lee), não levando nenhuma. Embora esse ano a história quase tenha se repetido, enfim o reconhecimento veio a este talentoso cineasta.

“Faça a Coisa Certa” se passa num determinado quarteirão do Brooklyn, num dia extremamente quente, e ali assistimos vidas ordinárias da comunidade negra daquele bairro em seu dia-a-dia, alguns trabalhando (como o protagonista Mookie, vivido pelo próprio Spike Lee), outros perambulando com histórias e lamúrias de um passado que não voltará, como Da Mayor, vivido pelo então veterano Ossie Davis, outros vendo a vida passar pela janela como Mother Sister, vivida por Ruby Dee.

Porém, as tensões de toda a comunidade acabam centralizadas na pizzaria de Sal (Danny Aiello), que junto com seus dois filhos, o preconceituoso Pino (John Turturro) e o ingênuo Vito (Richard Edson), tocam o espaço que é uma veneração da cultura ítalo-americana, totalmente branca, o que causa a revolta de um cliente que clama por espaço para negros naquela parede da fama.

A partir daí a bola de neve de conflitos sociais e étnicos invisíveis se tornam visíveis e evidentes, chegando a níveis catastróficas numa narrativa bem amarrada por diálogos rápidos e inteligentes que não perdem em nada seus significados para além da história, o que eternizou essa obra e o nome de Spike Lee, independente de premiações. Para fechar, fiquem com a introdução do filme, com a canção épica “Fight the Power”, do Public Enemy (cujo clipe também foi filmado por Lee).

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