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9.5Nota da Hybrido
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9.9

No dia 29/10 foram realizadas várias sessões de “O Iluminado” nos cinemas, para impulsionar a publicidade de sua continuação, “Doutor Sono”, a ser lançada nesta semana no Brasil. Uma oportunidade ímpar de se revisitar um dos filmes mais intrigantes do grande cineasta Stanley Kubrick.

A história segue Jack Torrance (Jack Nicholson), sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e o filho deles, Danny (Danny Lloyd), que possui um estranho talento para visões. Eles se mudam para um hotel isolado, onde Jack será o zelador durante quase meio ano, e caba sendo afetado pelo passado trágico do local.

Adaptado de um livro homônimo de Stephen King (que renega essa adaptação), “O Iluminado” se impõe entre os filmes de terror pelo seu detalhismo em informações soltas ao longo da história, e pela cenografia imponente do enorme hotel vazio em meio a um enorme espaço deserto cercado de muita neve.

Impulsionado pela sinistra trilha sonora e pelo excelente trabalho de fotografia, o horror vai crescendo a cada ato, dividido como uma espécie de diário, dentro da interpretação de Jack Nicholson como o protagonista, onde sua loucura evolui e as reações de sua esposa e filho também evoluem, até o catártico clima nas perseguições dentro do hotel.

Interessante nessa revisão foi observar o quanto a historia de um menino dotado de poder mediúnico é aos poucos absorvido por uma grande história de casa amaldiçoada por acontecimentos trágicos do passado, alguns públicos e outros possivelmente encobertos, e que encontram no corpo de um alcoólatra com histórico de violência familiar.

Outro aspecto importante a ser observado à luz dos dias atuais é o quanto Wendy se submete a um relacionamento dos mais tóxicos, perceptível desde a primeira interação dela com o marido no filme, e que só piora ao longo da narrativa, e como a opção de Kubrick de dotá-la num perfil mais raso e histérico existe apenas para reforçar o peso da catarse do protagonista, algo que poderia ser melhor elaborado pelo roteiro.

“O Iluminado” trata-se de um grande clássico do terror, mesmo que só reconhecido com o passar dos anos (na época de seu lançamento, concorreu ao prêmio de pior filme, o famoso Framboesa de Ouro), e que só cresce a cada revisão, principalmente tendo a oportunidade de tê-lo visto numa sala de cinema e testemunhado uma experiência sensorial incrível.