Segue a segunda parte da lista dos 50 melhores filmes produzidos entre 2010 e 2019 (a primeira você confere NESTE LINK), compreendendo do 30º ao 11º filmes da lista.

Segue a continuação da lista:

  • 30º lugar: “DUNKIRK” (2017), de Christopher Nolan

O cineasta que busca trabalhar o tempo dentro de seu cinema a todo momento, Nolan aqui usa três linhas temporais em meio à batalha na praia de Dunkirk, na Segunda Guerra Mundial, usando e abusando da linguagem cinematográfica através dos sentidos do espectador a cada cena que emula tensão e emoção ao longo da narrativa.

 

  • 29º lugar: “WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO” (2014), de Damien Chazelle

Uma das mais viscerais histórias envolvendo professor e aluno, aqui um ambicioso estudante de música que almeja uma carreira como baterista de jaz, e um impiedoso maestro comprometido apenas com a perfeição de sua banda, acima de qualquer valor individual ou até mesmo ético.

 

  • 28º lugar: “AMANDA” (2018), de Mikhaël Hers

Um filme sobre o amor da forma mais simples e pura, através de um tio que se vê obrigado a cuidar de sua sobrinha após a morte de sua irmã, e em meio a um relacionamento confuso, ambos frutos de um incidente fortuito em Paris. Uma história de aquecer o coração e deixar o espectador comovido a cada virada de ato.

 

  • 27º lugar: “NÓS” (2019), de Jordan Peele

O gênero de terror para explicar o contexto social de um país não é algo novo no cinema, mas Jordan Peele usa muito bem a metalinguagem para referenciar clássicos do gênero e de uma época, em meio ao recheio pesado de crítica social em meio ao horror de uma família negra em busca da sobrevivência.

 

  • 26º lugar: “CAROL” (2015), de Todd Haynes

Um filme de amor proibido, delicado e elegante entre duas mulheres nos anos 50, retratado por um dos melhores cineastas do momento, de forma delicada e arrebatadora ao iluminar o melhor momento de duas grandes atrizes em papéis ricos em termos de melodrama.

 

  • 25º lugar: “BEASTS OF NO NATION” (2015), de Cary J. Fukunaga

Retrato cruel e íntimo sob a perspectiva de um garoto separado de sua família em meio a guerra civil africana, e integrado a uma milícia como perspectiva de formação estrutural de família, referenciado no seu comandante violento e carismático. O inferno na terra retratado por uma câmera confidencial.

 

  • 24º lugar: “ANTES DA MEIA-NOITE” (2013), de Richard Linklater

Linklater expõe no derradeiro filme (até aqui) de sua trilogia do relacionamento (iniciada com “Antes de Amanhecer” e “Antes do Pôr do Sol”) a questão da maturidade da relação conjugal, envolvendo também as filhas do casal e o filho do primeiro casamento do marido, além da natural revaliação daquilo que vivem há nove anos.

 

  • 23º lugar: “SINÔNIMOS” (2019), de Nadav Lapid

A metalinguagem a serviço da abordagem do tema dos refugiados na Europa, através da navegação de seu protagonista através do descobrimento de uma nova língua, em uma nova terra, em busca de uma nova identidade não só nacional, mas também sentimental consigo e com seus próximos.

 

  • 22º lugar: “CORRA!” (2017), de Jordan Peele

A abordagem do racismo e sua construção social através de uma simples visita cordial de um namorado negro na casa de campo de sua namorada branca, com total domínio de tela para abordar os símbolos deste racismo impregnado na América que são espalhados ao longo da projeção.

 

  • 21º lugar: “TONI ERDMANN” (2016), de Maren Ade

A construção do trabalho de reconquista de um pai ausente junto à sua filha workaholic com um vazio sentimental a ser preenchido, porém trancado pela vida. Uma jornada emocionante traçada com bom humor pelas câmeras, com cenas inesquecíveis para quem curte dramas.

 

  • 20º lugar: “A CRIADA” (2016), de Park Chan-wook

Uma história de golpe, traição, cheia de reviravoltas envolvendo uma dama, sua nova acompanhante e seu pretendente, onde o domínio cinematográfico e narrativo do diretor de “Oldboy” mais uma vez se confirma aqui neste suspense de época.

 

  • 19º lugar: “EM CHAMAS” (2018), de Lee Chang-dong

Um grande exemplo de adaptação de textos pro cinema, onde de um curto artigo do renomado Murakami se constrói um denso filme de suspense a fogo baixo, onde cada minuto da angústia e incerteza do protagonista sobre os rumos das coisas que o cercam é cruelmente contado até o seu desfecho, numa aula de controle narrativo.

 

  • 18º lugar: “BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE” (2014), de Richard Linklater

Um filme onde o processo da produção se mistura com a narrativa, ao acompanhar o amadurecimento de um garoto de seis anos até os seus dezoito em filmagens anuais utilizando com o mesmo elenco, fazendo da história um estudo de caso singular no cinema.

 

  • 17º lugar: “MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA” (2015), de George Miller

George Miller colocou o gênero de filme de ação em outro patamar, com mais o capítulo de sua jornada no mundo fictício de seu personagem Mad Max, aqui protagonizado por uma guerreira feminista e realizado com uma excelência técnica impressionante.

 

  • 16º lugar: “FÉ CORROMPIDA” (2018), de Paul Schrader

Mais uma jornada do protagonista punido por sua própria consciência e por suas memórias, em cicatrizes mal curadas que conjugam uma catarse dramática digna do cinema de Robert Bresson, a quem Schrader nitidamente se referencia na narrativa deste intenso drama filosófico.

 

  • 15º lugar: “ERA UMA VEZ EM NOVA YORK” (2013), de James Gray

O cinema clássico ao qual James Gray busca se referenciar ao longo de sua filmografia aqui é latente, na história de uma imigrante polonesa que chega a Nova York na década de 1920, e encontra abrigo com um sujeito cortês que logo a obriga a se prostituir, e tenta encontrar seu lugar no novo país, enfrentando as convenções da época.

 

  • 14º lugar: “PÁSSAROS DE VERÃO” (2018), de Cristina Gallego e Ciro Guerra

A análise da linha do tempo numa região indígena da Colômbia, do início do crescimento do comércio de maconha ao estabelecimento do narcotráfico internacional na região, e o quanto esta conjuntura eliminou traços da cultura indígena na Colômbia, é um dos retratos mais interessantes de um período no cinema nesta década.

 

  • 13º lugar: “UMA VIDA OCULTA” (2019), de Terrence Malick

A força de uma premissa em que um homem simples se recusa a jurar lealdade ao nazismo em nome de suas convicções religiosas, associada a fotografia e ao controle de direção de Malick associando a alta escala do cenário natural com a singularidade do inconsciente humano já fazem deste filme uma obra para a eternidade.

 

  • 12º lugar: “HOLY MOTORS” (2012), de Leos Carax

Uma prova de amor à arte da interpretação na figura de um protagonista extasiado em seu camarim móvel, interpretando personagens diversos em situações excêntricas ao longo do dia, onde em meio a isso tudo se encontra em crise com quem ele realmente é por baixo de figurinos e maquiagens.

 

  • 11º lugar: “ASSUNTO DE FAMÍLIA” (2018), de Hirokazu Kore-eda

Um estudo sobre o que significa uma família em nossa sociedade moderna, através de sem-tetos que buscam sobreviver à base de golpes e companheirismo, com todas as contradições envolvidas que são tratadas com profundidade e generosidade por seu diretor.