Nesta sexta dia 12 de junho é a data onde os namorados celebram sua união com um almoço, uma celebração, ouvindo uma música juntos ou simplesmente transam como um outro dia qualquer. O dicionário que o namoro é o estado de relacionamento íntimo que envolve fidelidade entre os envolvidos, uma aproximação mais íntima em todos os níveis, apenas menos sério que o casamento formal propriamente dito.
Enquanto a maioria seleciona os melhores filmes água com açúcar, de casais apaixonados, para curtir essa data no maior clima amoroso, resolvemos seguir um caminho diferente e analisar filmes que valem a pena o seu amor e fidelidade e que nunca irão trair vocês com o passar do tempo, no máximo fará você seguir apaixonado de uma forma diferente com ele.
Começamos com “Um Sonho de Liberdade” (1994), um filme em que a maioria que já viu e curte cinema tem simpatia por ele. Não existem haters para este filme, uma história de amizade entre dois detentos construída através de valores de decência que os tornam cúmplices durante o período de prisão no presídio em Shawshank. Não é a toa a massiva fidelidade dos cinéfilos a este filme que não beira a excelência mas é muito competente ao construir uma narrativa edificante a presidiários que, em tese, a sociedade julgam ser tão diferentes mas a história de vida contradiz.
O filme “O Poderoso Chefão” (1972), assim como a trilogia a qual ele pertence, também possui o poder de apaixonar os cinéfilos que por acaso, ao zapear entre canais e se depara com a tragédia da família Corleone que remete muito à tradição shakespeariana da tragédia e o do drama familiar, mas no contexto da máfia ítalo-americana comandada por Don Vito (Marlon Brando), e como esse comando cai nas mãos do único filho que em tese não quer se envolver nos negócios da famiglia, Michael (Al Pacino).
Para aqueles que curtem filmes de super-herói, é inegável que “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2008) é dos melhores já produzidos em Hollywood envolvendo heróis de histórias em quadrinhos. Mesmo sendo o segundo filme de uma trilogia dirigida por Christopher Nolan, o filme consegue articular idéias próprias brincando com o gênero policial mais característico dos anos 1970, onde o aspecto social e político era misturado às tramas criminais, e aqui vemos uma verdadeira disputa filosófica entre Batman (Christian Bale) e seu maior antagonista Coringa (Heath Ledger) pela alma da cidade, representada pelo seu ilibado promotor de justiça Harvey Dent (Aaron Eckhart).
Um outro filme que costuma ser consenso em termos de fidelidade com os corações cinéfilos é o clássico de tribunal “12 Homens e Uma Sentença” (1957), um clássico de Sidney Lumet onde o papel da sociedade no julgamento de crimes num tribunal é dissecado através do acalorado debate entre jurados sobre a culpa ou a inocência de um réu, onde um dos membros tenta convencer os demais a revisitar suas convicções sobre a condenação do criminoso, onde toda a mise en scene é construída dentro da sala dos jurados, em sua mesa de debate.
Também podemos nos apaixonar ao rir de nós mesmos, com algo que nos relembre o estado ridículo em que vivemos devido às exigências de distanciamento social, e que hoje talvez nos identifique mais com o protagonista da comédia “Melhor é Impossível” (1997) possui TOC de limpeza e contato humano, numa convulsão de esquisitices e neuroses transpostas à tela pelo talento de Jack Nicholson como o paranóico personagem que se desafia a mudar de atitude após se apaixonar por uma garçonete.
Para terminar apresentamos o mais novo crush de quase todos os cinéfilos, o premiado “Parasita“ (2019) que apaixona todo e qualquer espectador com o mínimo de razoabilidade e senso social de injustiça quando retrata as peripécias de uma família humilde para se alocarem em tarefas e serviços de uma família bem rica, não tendo escrúpulos e limites para irem brigando pelo espaço conquistado através das aparências e estigmas que jogam sobre famílias como a deles todos os dias nas ruas.
Ou seja, na data que celebra a estabilidade de um relacionamento e o amor envolvido, nada como cada um confirmar seus votos de amor e fidelidade ao cinema tirando o dia para ver aquele filme que te acalenta e te faz bem num mundo pandêmico onde o distanciamento social se impõe, por mais que os governantes falem o contrário, agindo como verdadeiros sujeitos infantis que insistem numa relação tóxica com os cidadão.
“Me cuidem-se”, fiquem em casa, protejam os seus, amem e sejam felizes da forma que quiserem, com quem ou ninguém quiserem ! 🙂