O Elevador é uma banda que tem dois estados brasileiros envolvidos em sua formação. Thiago de Paula (guitarra) e Gustavo Barbosa (voz, guitarra) são de Mato Grosso, enquanto Thalison Moschetta (baixo) e Alexandre Schafaschek (bateria) são de Santa Catarina. A distância não impediu que a banda ganhasse força, tanto que já possui em sua bagagem dois discos lançados: ‘A Fuga do Albatroz no Mundo das Máquinas Loucas’ (2017) e ‘Fantasia’ (2018).
O terceiro álbum, ‘Nada Para Num Instante’, viria num momento especial e começou a ser gravado ainda em 2020. O grupo alcançou um estado de bom entrosamento e planejava montar um estúdio próprio para facilitar ainda mais a integração entre o quarteto. Infelizmente, a pandemia chegou com o isolamento. As sete composições do álbum foram, a princípio, todas elaboradas por Thiago para, em seguida, serem finalizadas junto à banda.
Mesmo com a banda não reunida como desejava, o processo de criação revelou um quarteto em amadurecimento. Da mesma forma, oferece ao ouvinte um trabalho bem produzido, tanto pelas letras atuais, bem como pelo instrumental conciso que traz, em sua maior parte, guitarras marcantes em meio a sintetizadores proporcionando camadas sonoras climáticas e viajantes (“Submarino”).
O Elevador pega uma carona pela Psicodelia, seja o gênero refletido na década 60, seja na roupagem moderna que alguns grupos vêm adotando. É fácil perceber semelhanças com outros grandes nomes brasileiros que adotaram o gênero com facilidade, tais como Boogarins, Mutantes e Violeta de Outono (bem perceptível em “Nada Para Num Instante”).
Canções podem chegar com um instrumental bem incisivo/denso (“No Espaço Em Vão”) ou então surgem mais serenas com destaque para uma sonoridade mais acústica e até mesmo Pop (“Sua Ilha”).
A banda garante que mesmo a distância e o isolamento não são obstáculos para dar prosseguimento à arte no Brasil. E dessa forma, criam um trabalho interessante em tempos perigosos em que cada passo em falso pode catapultar o fim de muitos artistas/grupos. Para o quarteto, seguir adiante é preciso. Que o Elevador continue sua subida.