Show Liam Gallagher/ Rio de Janeiro - 16/11/2022
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Lembro até hoje quando em 2009, sentado no sofá de casa, assisti ao último show do Oasis no Rio de Janeiro pela TV. Um arrependimento que iria me seguir por anos. Comecei a curtir a banda lá por 96 e pouco depois larguei de lado por conta do show no Rock in Rio.

Peguei um ranço do vocalista e, como muitos, achava que o talento e a culpa pelo sucesso era quase toda do irmão. A banda acabou e os primeiros discos solos pareciam mostrar isso, mas o tempo passou e chegamos à noite de quarta-feira (16), em que Liam Gallagher voltava para um show no antigo Metropolitan. O clima era totalmente outro, o britânico veio renascendo aos poucos nos últimos anos e conseguiu se consolidar na sua carreira solo. Em 2017, lançou o com “As You Were”, mas foi com o sucessor “Why Me? Why Not.” (2019), que o vocalista voltou aos trilhos de vez.

Ainda nesse caminho, um ótimo documentário sobre sua carreira (“As It Was” disponível no Telecine Play), mais um bom disco em 2022 (C’mon You Know) e um reencontro com o lugar onde o Oasis quebrou recorde de público em 96, Liam fez mais um show inesquecível em Knebworth, que também estreia como documentário ainda nesta semana. Isso tudo sem a ajuda do irmão.

Claro que você nota muitas semelhanças entre os trabalhos de Liam, mas manter a qualidade em uma reta, às vezes é tão difícil quanto quem se arrisca. Foi com esse currículo que o artista subiu no palco carioca. Logo de cara, ele vem com os clássicos “Morning Glory”e “Rock “n”Roll Star”. Pareciam ter aberto uma viagem no tempo, foi como se o Oasis nunca tivesse acabado, e a impressão de quem caiu de paraquedas no evento era de que seria uma noite de tributo à ex-banda. Logo após as primeiras canções de sua carreira solo, vêm em sequência “Wall Of Glass” e “Everything”s Electric”, obviamente com o público cantando junto.

Vale dizer que isso se trata de uma notável vitória, já que o público de rock carioca cada vez mais fica parado no tempo quando se trata do gênero. Dali pra frente, e com o jogo ganho, Liam alternou músicas solo com destaque para sensacional “Once”, maior sucesso de Liam e que poderia facilmente estar entre os grandes clássicos da banda, e antigos clássicos.

A parte final do show é de arrepiar, o que se segue é “Some Might Say”, “Supersonic”, “Wonderwall”, “Live Forever” e “Champagne Supernova”, fechando assim uma noite inesquecível para os saudosos e novos fãs de um dos poucos rockstars que estão em evidência em 2022. A voz de Liam melhorou muito de uns tempos pra cá e mesmo ainda sonhando com uma possível união do Oasis, sinto que esse show e a carreira que o Liam vem fazendo suprem essa necessidade.

A performance apenas não leva a nota máxima por não ter rolado “Aqcuiese”, música do Oasis que vinha rolando na última turnê, pelo som de ontem que estava muito distorcido e baixo, além – claro – da homenagem ao ex-atleta Zico pouco antes de começar o bis. Alô, Liam Gallagher, cadê a homenagem para o inigualável Tiquinho Soares?

 

 

SETLIST

 

I Am the Resurrection
Manchester City Champions Chant
Fuckin’ in the Bushes
Morning Glory
Rock “n”Roll Star
Wall Of Glass
Everything’s Electric
Stand By Me
Roll It Over
Slide Away
C’mon You Know
More Power
Diamond In The Dark
The River
Once
Some Might Say
Supersonic
Wonderwall
Bis
Live Forever
Champagne Supernova