“ As Tartarugas Ninjas: Caos Mutante” (2023), de Jeff Rowe
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Onde: Cinemas

Já levantou as mãos para o céu e agradeceu Aranhaverso por tirar as animações, as blockbusters ao menos, da mesmice?

Se pensarmos rápido, Família Mitchell é ótimo, Gato de Botas 2 reinventou o personagem, Aranhaverso 2 evoluiu o estado da arte do primeiro e até a Disney vai mexer na fórmula com o novo Wish.

Essa “graça” alcançada pelo primeiro filme de Miles Morales chega também para as Tartarugas Ninja em “Caos Mutante”.

Com o foco voltado diretamente pra a molecada, o filme tem uma agilidade perfeita para esse público, o que também acaba sendo um problema pra o filme, já que o atrapalha no próprio estilo da animação.

Há muitos cortes na ação e falta fluidez em alguns momentos. A inquietude da direção entra em conflito também com as camadas e texturas da animação, que se misturam na ambientação noturna e com o contraste pesado entre o preto da noite e as cores das luzes.

Isso no entanto não impede As Tartarugas Ninja de ser uma obra divertidíssima.

O estilo de “comédia de amigos” feita por Seth Rogen e Evan Goldberg, e que conquistou o mundo com Superbad, se repete aqui, claro sem piadas escatológicos ou extremamente sexuais explícitas. E digo explícitas porque há um cheirinho delas duas ou três vezes ao longo do filme e mesmo em uma versão “Livre”, elas ainda funcionam.

A interação entre Michelângelo, Leonardo, Rafael e Donatelo é de longe a melhor coisa do filme. Cada um com seu estilo, cada um com seus arcos, os quatro funcionam perfeitamente e com o tempo certo para desenvolverem seus momentos.

Ice Cube está ótimo como o vilão Super Fly e Paul Rudd rouba a cena como Mondo Gecko.

Quem merece destaque também é o Splinter de Jackie Chan e sua versão mais paterna-protetora do que mestre ninja. O grande momento de ação do personagem é uma bela homenagem ao cinema de Chan.

Com uma excelente trilha sonora e toneladas de referência à cultura pop, As Tartarugas Ninja: Caos Mutante é um bom recomeço para os heróis no cinema. Há um potencial gigante para eles durarem um tempo na mão da dupla Rogen e Goldberg.

Entretanto, uma história menos básica e uma direção mais acertada na ação melhorariam a experiência.

Nem todo mundo consegue ser Aranhaverso. Mas pelo menos estão no caminho certo.