Avaliação Hybrido
4Nota do Autor
Votação do leitor 1 Voto
4.1

“Halloween Kills” (2021) nos deixou com uma boa premissa no ar que deveria ser desenvolvida neste último filme da trilogia, “Halloween Ends”, que é o efeito devastador da violência gratuita no comportamento de um ambiente social, como a cidade de Haddonfield, que é descrito na cena final do filme de 2021 através de uma tentativa de linchamento do serial killer Michael Myers pelos moradores na rua, com um discurso de como o que move o assassino seria imortal.

“Halloween Ends” aposta num exemplo prático através do personagem Corey, que mata acidentalmente a criança que ele tomava conta, e acaba provando sua inocência na justiça, mas sofrendo os efeitos daquele acidente na sua vida até ali. A atmosfera pesada causada pelo ocorrido no filme anterior ainda pesa ao longo da introdução do novo contexto que a protagonista Laurie Strode e sua neta vivem após a morte de sua filha pelo serial killer.

Se estabelecia ali um interessante confronto sobre justiçamento e reabilitação, quando Laurie estende a mão ao jovem Corey após um episódio de bullying no posto de gasolina, e um bom caminho estaria traçado, até a introdução de onde Michael Myers se esconde desde o último halloween, e a forma que se estabelece a conexão entre Corey e Myers. A literal e instantãnea cooptação do jovem para o legado de homicídios, e o giro de Laurie sobre a capacidade de se reabilitar aquele jovem transformam o filme. Para pior.

Dali pra frente, tanto a escalada psicótica de Corey nos assassinatos, como um heroismo de justiçamento artificial de Laurie faz da narrativa um pastiche de sua premissa, e que também acaba não agradando os amantes do gênero slasher por guardar todos os assassinatos para o terço final, um empilhado no outro. David Gordon Green praticamente pega a trilogia, amassa entre as mãos e a arremessa no lixo sem parcimônia, quebrando uma boa possibilidade de reativar uma franquia de sucesso.