LNZNDRF – II (2021)
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8.5

Considerado na atualidade um supergrupo, o LNZNDRF tem em sua formação músicos bem experientes, como Ben Lanz (Beirut) e os irmãos Scott e Bryan Devendorf (The National). O projeto também conta com a colaboração de Aaron Arntz, que participou de trabalhos musicais de Beirut e Grizzly Bear.

O LNZNDRF chega ao segundo disco e vai ganhando reconhecimento, mesmo que o projeto tenha surgido sem muito estardalhaço e numa sessão improvisada entre os integrantes. O álbum homônimo de estreia é de 2016, possui 8 canções e foi gravado dentro de uma igreja em Cincinnati.

O mais interessante no LNZNDRF é que o grupo assume uma postura sonora longe de imitar suas bandas de origem. Claro, a bateria vertiginosa e peculiar do exímio Bryan Devendorf está presente por todos os lados (“Brace Yourself” e “Chicxulub”) e até nos faz pensar no The National, porém o flerte dos integrantes com experimentalismos, gêneros variados e a vontade de improvisar, nos coloca diante de uma musicalidade praticamente nova; apesar de toda uma reciclagem do que ouvimos em vida. Ou então, estamos diante de um grupo que sempre pode surpreender a cada trabalho por não permanecer apenas numa característica única e imutável.

II, também constituído de 8 canções, revela não só a maturidade dos músicos, bem como a qualidade instrumental. A abertura “The Xeric Steppe” se inicia tímida para depois virar um bloco maciço que reúne guitarra e sintetizadores, como se ouvíssemos algo próximo do Post-rock (típico do Mogwai, por exemplo). Com quase 8 minutos de duração, a música torna-se uma viagem da qual o ouvinte não sente vontade de sair.

“Brace Yourself” convence com sua percussão contagiante e, por meio de um refrão grudento, aposta no coro de vozes entre os integrantes do grupo.

“You Still Rip” pega carona no Pós-punk e é uma das melhores do disco, com sua pegada enérgica. “Cascade” tem andamento desacelerado (de propósito) e, por meio de um mantra que cita o trecho ‘falling down’ insistentemente, parece que realmente joga o ouvinte numa hipnose ou numa queda lenta, contudo nada desastroso. Em “Gaskiers”, a banda se dá ao luxo de fazer inserções eletrônicas e revela ter sofrido muita influência do Kraut-rock, enquanto “Stowaway”, em mais de 6 minutos, apresenta um clima 70’s e vai ganhando peso em meio a um cenário Psicodélico.

Projeto musical? Supergrupo? Não importa como o LNZNDRF ficou conhecido. Importante é ter músicos inquietos que provam uma paixão fervente pela música, seja dentro de suas bandas, seja em momentos fora delas. O segundo disco prova que podemos esperar por surpresas agradáveis no futuro, a julgar por essa turma experiente e ousada.