Diretora do melhor episódio da primeira temporada de “O Conto da Aia” (“Offred”), pelo qual ganhou um Emmy, Reed Morano é diretora de fotografia de origem atuando em diversos filmes indies americanos, e estreou na direção neste longa “Meadowland” em 2015.
O filme traz a história de um casal, Sarah (Olivia Wilde) e Phil (Luke Wilson), que em meio a uma viagem junto com seu filho param num posto de gasolina, e quando o garoto vai ao banheiro, desaparece inexplicavelmente.
Um ano depois, Sarah e Phil lidam com essa perda, cada um de sua forma, e a narrativa se debruça sobre as formas de lidar com essa ausência. Seus empregos – ela uma professora de ensino médio, ele um policial – só pioram o estado psicológico de ambos, pelas suas funções de educar ou proteger crianças como o filho desaparecido.
O roteiro depende bastante da atuação de seus protagonistas, e Olivia Wilde e Luke Wilson atuam muito bem, talvez em seus melhores papéis no cinema, principalmente Wilde com sua fragmentada e perdida Sarah.
Morano abusa dos closes, e não é gratuito: seus protagonistas transpiram tristeza, incerteza, angústia. Seja proativamente buscando rumo ou respostas, como Sarah, ou praticando a conformidade e sendo contido nos sentimentos, como é o caso de Phil. A trilha sonora também retrata sentimentos, com absoluta sinergia com o drama ali exposto.
O curioso elemento da presença do elefante dentro desse cenário, através do menino com síndrome de Asperger a quem Sarah se apega, traz também o valor e a sabedoria da paciência, muito bem utilizada no frame final do filme.