MENINAS MALVADAS: O MUSICAL (MEAN GIRLS), de Samantha Jayne e Arturo Perez Jr.
6.5Pontuação geral
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4.7

Apesar do Natal já ter passado, pode preparar seu Jingle Bells porque as Meninas Malvadas estão de volta!

A nova versão do sucesso do início dos anos 2000 mantém a roupagem extravagante, rosa e ácida do primeiro filme. Na verdade, do musical da Broadway. Meninas Malvadas: o musical, como o nome mesmo diz, é releitura baseada no musical de sucesso que permaneceu em cartaz até 2020.

A história, no entanto, é a mesma do filme de 2004, acompanhamos a adaptação (ou não) de Cady (Angourie Rice), papel interpretado por Lindsay Lohan na primeira versão, uma adolescente educada em casa, recém chegada da África, em uma escola de ensino médio.

Cady, que tem um histórico de bondade e empatia foi criada com valores que não condizem com a competição acelerada do capitalismo voraz, em seus primeiros dias no ensino médio, ela logo se depara, ironicamente, com o que podemos chamar de um Safari de pessoas. Um universo particular de pessoas que vivem de aparência,  em que a competição é acirrada e os escrúpulos são flexíveis em prol da sobrevivência social.

Nesse ambiente ela conhece Regina George (Renée Rapp), papel icônico vivido por Rachel McAdams na primeira versão, que é o retrato da abelha rainha da escola. É ela que determina quem é pop ou não, ou ainda, o que vestir, comer, enfim, como ser – caso você queira ser aceito.

Nesse meio tóxico, Cady vai fazendo escolhas (não tão boas) para tentar se encaixar, até perceber que há um limite para a preservação de sua individualidade.

Para quem viu o primeiro filme, impossível não criar expectativas e se frustrar um pouco. A releitura peca por tentar agradar a todos – tantos os fãs antigos, quanto as novas gerações – ficando, por muitos momentos, estático, e perdendo com isso, ótimas oportunidades de retomar  o frisson causado pelo filme anterior ou causar um novo, maior ainda,  já que os códigos abordados e criticados podem cair na mesmice até mesmo para a geração Z.

Por outro lado, um dos pontos fortes do filme acaba por ser justamente a desnecessidade de que o espectador tenha visto a primeira versão, já que a crítica permanece abrangente e atual – o que até dá uma certa tristeza no coração de perceber que, apesar de termos tido importantes avanços, ainda perpetuamos um sistema de castração individual facilmente identificável, seja pela geração Z, seja pelos mais adultos.

No que diz respeito ao elenco, essa é a questão que permeia a releitura de histórias icônicas, se não há espaço para experimentação e ou inovação, sempre ficarão à sombra da imagem perpetuada pelo imaginário público,  quanto às personagens originais. É exatamente o que acontece no caso. Não que o elenco seja ruim, mas talvez falte um elemento surpresa, que com certeza apuraria esse tempero e traria a acidez necessária para este caldeirão de absurdos.

Meninas Malvadas | Trailer Final | LEG | Paramount Pictures Brasil

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