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8.5Nota da Hybrido
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8.5

O grande vencedor do último prêmio César (maior premiação do cinema francês) e cercado de polêmicas envolvendo a situação de foragido dos Estados Unidos de seu diretor Roman Polanski por acusação de pedofilia, o filme “O Oficial e o Espião” chega ao circuito brasileiro com bastante alarde.

Baseado em obra literária homônima de Robert Harris (que também assina o roteiro com o diretor), o filme conta a história da acusação injusta do oficial Alfred Dreyfus (Louis Garrel) por traição, e os desdobramentos da descoberta, da investigação e da busca promovida pelo Coronel Georges Picquart (Jean Dujardin).

Polanski segue uma narrativa seca e direta, totalmente restrita à perspectiva do seu protagonista Picquart, fazendo o espectador navegar sobre diversos fatos e observações ao longo do filme com as mesmas questões de seu personagem-guia.

Com excelente montagem, e cenografia e figurinos impecáveis por seus detalhismos, o filme ganha muito volume na estética clássica proposta, agregando muito ao conteúdo final da obra em termos de informações e relevância dramática, com pontuais precisas intervenções da imponente trilha sonora assinada pelo excelente Alexandre Desplat.

Jean Dujardin vive um ótimo momento encarnando o protagonista, conseguindo transpor a retidão de um oficial do exército comprometido com a verdade independente de suas convicções ideológicas sobre o acusado, e Garrel nas poucas cenas que aparece justifica a importância da história ali contada para além do melodrama básico, conseguindo trazer toda a insatisfação e desespero de quem sofre com uma injustiça.

“O Oficial e o Espião” traz uma excelente história sob total domínio de um excelente cineasta, que com esta produção muito bem realizada e equilibrada retorna ao noticiário também por suas qualidades enquanto cineasta, independente de sua conturbada e obscura vida pessoal.