Paul McCartney- McCartney III
8.5Pontuação geral
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8.2

McCartney III é um álbum bonito, honesto e reflexivo. Um disco ousado e íntimo, que contextualiza com os dias atuais. Contém em sua composição muito desse cenário pandêmico. Um álbum bastante pessoal. Feito totalmente de forma caseira e longe de grandes estúdio e produções. Uma obra simples que se torna grandiosa a cada música. Aliás, cada faixa aqui é uma surpresa muito agradável. Paul fecha com maestria a trilogia McCartney iniciada lá nos anos 70 e 80.

Paul, aos 77 anos, criou e executou as onze faixas do disco e tocou todos os instrumentos, isso tudo dentro da sua própria casa. Um álbum totalmente produzido durante o lockdown, ou rockdown, como ele mesmo costuma dizer. E essa liberdade que ele teve durante a produção, refletiu muito sobre as canções de McCartney III. A audição do disco se torna bem intima, convidativa e aconchegante. Faz você imaginar o Sir Paul, tocando todos aqueles instrumentos e produzindo faixa por faixa.

O disco abre com a faixa “Long Tailed Winter Bird”, uma faixa de arranjos e instrumental sensacionais. Destaque para o violão, contrabaixo, que ajudam nessa atmosfera envolvente. A letra é bem simples. Um verso curto, onde ele faz perguntas do tipo: se você sentiu a falta dele, se pode senti-lo ou até mesmo toca-lo. “Find My Way”, é um Pop com boas guitarras, o baixo também marca presença e os teclados aqui são sensacionais. A letra fala sobre ficar ao lado da pessoa que a gente ama, seja nos momentos bons ou ruins. “Pretty Boys”, entrega guitarras e bateria bem limpas. “Women and Wives” é uma linda canção, com ótimos arranjos e a entonação vocálica do Paul nessa faixa, me lembrou muito Johnny Cash, mais precisamente na música “Hurt”. E por falar nisso, a voz do cara, está sensacional nesse disco, incrível como ele consegue atingir diferentes timbres. “Lavatory Lil”, é uma canção agridoce que lembra muito o álbum Abbey Road, dos Beatles. “Deep Deep Feeling” é o ponto alto do disco. A faixa mais experimental do álbum. É incrível como os instrumentos vão ganhando performances diferentes durante a faixa. Volto a elencar os vocais, a voz de Paul, consegui assumir várias personalidades, reforçando essa atmosfera viajante, proposta pela canção. Uma música sensacional que exprime momentos calmos e eufóricos. É daquelas faixas para ouvir e viajar em pensamentos. A letra aqui fala sobre o poder do amor, esse sentimento forte e profundo, de inúmeras emoções.

E para não dizer que Paul, fez tudo sozinho, a faixa “Slidin” é a única que contou com participação de outros músicos. E é a faixa mais Rock ‘n’Rol do disco. Um disco de Rock feito por quem entende muito bem do assunto e sabe o que está fazendo. Valeu a espera para ouvir mais uma vez McCartney. E definitivamente ele não precisa provar mais nada a ninguém. E mesmo ciente disso ele continua surpreendente e preciso no momento certo.