Avaliação Hybrido
8.5Nota do Autor
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O ambicioso projeto de voltar ao universo de Tolkien através de uma série numa plataforma de streaming se colocou como um grande desafio desde os primeiros anúncios pelo estúdio, com orçamento milionário para se posicionar no mercado frente á concorrẽncia. E mesmo com a expectativa alta, “Anéis do Poder” entrega o que promete, principalmente ao nicho de público que consome essa mitologia desde os livros.

Dividida em oito episódios, a história se espalha em quatro núcleos bem definidos, e é fiel a um olhar não tão rigoroso como o de um seguidor voraz de Tolkien, em termos de narrativa e encenação como um todo. O primeiro núcleo é conduzido pela jovem Galadriel, que em sua busca para derrotar Sauron ela foge de seu destino da imortalidade e constrói alianças para efetivar essa sua missão pessoal.

Já o segundo núcleo se passa no sul da Terra Média, onde uma pequena população apoiada por um guerreiro elfo resiste à invasão de seu território por uma linhagem sinistra de orcs, comandada por um elfo envenenado pelas sombras, e este núcleo acaba cruzando diretamente com o primeiro, com o envolvimento de um personagem de linhagem nobre daquela área que rejeita seu papel, e se alia à Galadriel pelo caminho.

O terceiro núcleo envolve uma espécie de diplomata elfo, que se dirige ao reino dos anões em busca de informações sobre um novo minério, capaz de inferir um poder que fortaleceria as bases de imortalidade da sociedade dos elfos, e que sofre resistência de cumprir esta missão mesmo com a longa amizade com o príncipe local. E o quarto núcleo segue a linhagem ancestral ainda nômade dos hobbits, os “pés peludos”, que se encontram com o mistério de um homem que cai dos céus e carrega com si o mistério de sua origem além de grande poder sobre a natureza.

Com uma introdução brilhante dirigida por J.A. Bayona e um desfecho condizente com o apelo do universo para a grandiosidade da série, e uma cuidadosa mise en scene deste universo de fantasia (em especial a cenografia e figurinos), “Anéis do Poder” só peca em abrir espaço para novos públicos, dado o apego exagerado ao seu nicho na amplitude e na linguagem. Porém, tem potencial para ser o carro-chefe que a Amazon precisa no mercado de séries.