Bright Green Field
Listen to Bright Green Field on Spotify. Squid · Album · 2021 · 11 songs.
Squid é uma banda inglesa, de Brighton, que começou a tomar forma desde 2010, lançando alguns singles e participando de festivais pelo país. Por volta de 2019, com o lançamento do EP ‘Town Centre’, a banda passa a receber comentários e elogios por parte de fãs e da crítica. O quinteto é integrado por: Ollie Judge (vocais, bateria), Louis Borlase (vocais, guitarra), Anton Pearson (guitarra), Laurie Nankivell (baixo) e Arthur Leadbetter (teclados).
Com esse repentino sucesso depois do EP, a assinatura com a gravadora Warp veio logo em seguida, saindo assim o tão esperado début ‘Bright Green Field’. O Squid poderia ser encaixado mais próximo o possível da nova safra de grupos que, depois de 2010, seguem pela sonoridade New Wave e Pós-Punk Revival. Podemos assim, pensando no som do Squid, associar semelhanças com outros grupos tais como Shopping, Dry Cleaning e Porridge Radio (também de Brighton).
A sonoridade encontrada no début da banda é visceral. Os dois guitarristas que o Squid possui não estão ali de enfeite, o instrumento se encarrega do peso exato de faixas como “2010” e “Peel St.”. Em algumas faixas, os riffs de guitarra nos trazem à mente canções do Gang Of Four, a exemplo de “Paddling”. Algumas composições podem resvalar para um lado mais experimental, fato presenciado em Documentary Filmmaker” e “The Flyover”, outras, por si só, ganham um contorno épico cheio de efeitos de sintetizadores e assumem um panorama voltado à Música Industrial (ouça “Boy Racers”).
O peso que a banda atinge em seu álbum também chega através de vocais enérgicos, certamente uma outra grande característica forte do disco. Com mais de 8 minutos de duração, “Narrator” tem a participação de Martha Skye Murphy (que já fez backing vocals com Nick Cave). A faixa, que envolve vocais femininos e masculinos numa letra cujo refrão se repete insistentemente, cia uma espécie de caos sonoro deixando o ouvinte num transe hipnótico e atordoante. Os vocais assumem uma postura maciça sonora, e funcionam tais como fossem poderosos instrumentos para o som do Squid.
Squid apresenta um début incisivo, realmente joga a energia dos palcos para seu álbum de estúdio. O grupo segue corretamente a cartilha do Punk/Pós-Punk, entrega diversas referências e influências que acabam funcionando bem. É um trabalho de longa duração, ousado e que pode não agradar na primeira audição. Talvez assim sejam os melhores álbuns que ouvimos na vida, não?