Renan VasconcelosTreze anos é o tempo que separa “Fear Inoculum”, disco recém-lançado da banda californiana Tool, de seu antecessor e quarto disco “10.000 Days “(2006). E treze anos também é o tempo que separa “Undertow” (1993), seu primeiro disco, do mesmo “10.000 Days”.
A cada disco lançado – 4 ao total – no segundo período mencionado, a banda sugeria novos caminhos a serem explorados e apresentava uma infinidade de inovações musicais e visuais que deixava os ouvintes sempre perplexos a cada lançamento. Desde a simples fusão de grunge e metal alternativo de “Undertow “até os progs conceituais insanos de “Lateralus “(2001) e “10.000 Days”, passando pelo clássico “Aenima” (1996), o Tool tornou-se uma maquina conceitual de Rock/Metal alternativo, e uma das bandas mais veneradas do milênio.
Por esse ponto de vista, a grande expectativa em torno do novo disco era altamente justificável, e pelo menos por essa mesma ótica, o resultado pode ser um pouco frustrante: o que se escuta na hora e meia de “Fear Inoculum” é uma banda se arriscando muito pouco – ou quase nada – para além das fronteiras de seu próprio universo. Algo inédito para nós fãs e ouvintes. É claro que há seus pontos altos (estamos falando de Tool ok?), como “Pneuma” que traz as características mais marcantes da banda de forma renovada, os 16 minutos fortes e sem trégua de “7empest” e a progressão lenta e certeira de “Descending”. O vocalista Maynard James Keenan também oferece, como de costume, momentos muito bons como na bela “Culling Voices”, e o baterista Danny Carey mostra todo seu vigor na “Moby Dick” moderna “Chocolate Chip Trip”. Tecnicamente não há o que falar: os 4 integrantes são exímios músicos que ao longo do disco, exploram sem economizar a totalidade de suas técnicas.
Mas mesmo que o virtuosismo, os tempos ímpares, a afinação em drop D, as timbragens características de guitarra e os baixos com delay estejam lá, ao contrário do restante de seu catálogo tão brilhante e inovador, dessa vez o Tool soa como uma banda que assumiu poucos riscos.