Chegou o momento de listar os melhores filmes lançados no Brasil em 2021, que não foi um ano que vi tantos filmes quanto deveria, além de ter acompanhado muito mal o cinema nacional neste ano. Mas listas acabam sendo fomento de dicas, prometo melhorar nesse quesito em 2022.

Começo com menções especiais de filmes que não entraram no top 10, mas merecem destaque, em ordem alfabética:

Annette, de Leos Carax (MUBI)

A tragédia musical sob holofotes da mídia, a vaidade mascarada de amor.

 

Army of the Dead: Invasão em Los Angeles, de Zack Snyder (Netflix)

A encenação da ocupação imperialista no próprio quinta do capitalismo

 

Cry Macho: O Caminho Para a Redenção, de Clint Eastwood (HBO Max)

A espiação do cowboy solitário através da reinvenção de seu legado.

 

Infiltrado, de Guy Ritchie (NOW)

A solenidade do ato de vingança enquanto direito no mundo contemporâneo

 

Judas e o Messias Negro, de Shaka King (HBO Max)

Ideologia versus apropriação através de personagens do movimento negro

 

Matrix Resurrections, de Lana Wachowski (Cinema)

A ressignificação do amor sem um protagonista mandatório.

 

Noite Passada em Soho, de Edgar Wright (Cinema)

Homenagem pop a uma sociedade de costumes retrô (e o quanto ela ainda não se atualizou)

 

Tempo, de M. Night Shyamalan (NOW)

O significado do tempo para as vítimas de sua passagem.

 

Tick, Tick…..Boom, de Lin-Manuel Miranda (Netflix)

O drama caudaloso do autor em busca de sua auto-significação

 

O Último Duelo, de Ridley Scott (Cinema)

A verdade factual do falocentrismo, ainda muito atual, contada através da sociedade medieval

 

Val, de Leo Scott e Ting Poo (Amazon Prime Video)

Os efeitos das imposições da indústria hollywoodiana à arte

 

Zeros e Uns, de Abel Ferrara (Claro Vídeo / Looke)

A distopia do mundo atual através do imperialismo contado ao inverso

 

E vamos ao TOP 10:

10 – Espontâneo, de Brian Duffield (Telecine Play)

O amadurecimento através de explosões, a vida que escorre nas nossas mãos como sangue derramado.

 

9 – L’Abordage/All Hands On Deck, de Guillaume Brac (MUBI)

A mise en scene do verão parisiense através da sinergia amorosa de diferentes abordagens românticas.

 

8 – Maligno, de James Wan (HBO Max)

Explosão de emoções reprimidas através da violência gráfica e simbólica.

 

7 – Nomadland, de Chloé Zhao (Telecine Play)

O limbo de uma fugitiva da própria vida através do ciclo do trabalhismo do séc. XXI

 

6 – Ataque dos Cães, de Jane Campion (Netflix)

O clichê do homem hétero descascado vingativamente em defesa ao retrato da mulher.

 

5 – A Filha Perdida, de Maggie Gyllenhaal (Netflix)

Reminiscências tardias, simbióticas e permanentes sobre o papel da mulher na sociedade

 

4 – Meu Pai, de Florian Zeller (Belas Artes à La Carte / Paramount Plus)

Fragmentos de memórias de uma vida enquanto tragédia teatral.

 

3 – Undine, de Christian Petzold (Cinema)

A parábola do amor trágico através da fantasia folclórica de uma antropologia.

 

2 – A Mão de Deus, de Paolo Sorrentino (Netflix)

Memórias através do teatro dos sonhos do cinema.

 

1 – First Cow: A Primeira Vaca da América, de Kelly Reichardt (MUBI)

O conto minimalista da origem do capitalismo na América do Norte.