Não, eu não falarei que o diretor foi dublê do Brad Pitt em vários filmes, e nem o quanto Brad Pitt é o que um protagonista porta-bandeira de blockbuster deve ser pra carregar um filme nos cinemas hoje em dia.
“Trem Bala” é um filme de ação com arco dramático muito irregular, mas que diverte na maior parte do tempo – principalmente no tempo de tela de Pitt. A história pouco importa, como a grande maioria dos filmes deste gênero, e as cenas de ação são as mesmas coreografias que vemos por aí no cinema de ação contemporâneo, todas bebendo do mesmo cinema de ação asiático que grande parte do público só conhece a partir da trilogia Bourne e principalmente pela saga de John Wick.
Mas diverte demais os absurdos, as piadas ácidas, os usos de alegorias de mídia celebradas pelos japoneses, uma cosmologia que lembra muito também o cinema de Guy Ritchie, só é uma pena a falta de sinergia entre o veículo onde os personagens se digladiam e a duração do filme – se fosse tão rápido como um trem-bala, talvez “Trem de Bala” seria um enxuto e bem acabado exemplar de filme de ação. Mas pelo menos diverte bem.