Viva o cinema nacional

Hoje, dia 19 de junho, é o dia do cinema brasileiro, e neste espaço onde procuramos sempre observar, analisar e divulgar o cinema, não poderíamos ficar sem tecer algumas linhas ao cinema nacional, sobre nossos filmes produzidos por aqui, sobre a situação da produção audiovisual e também sobre o futuro numa data representativa como essa.

Nossa produção ao longo do tempo no Brasil foi muito irregular, tendo momentos populares, momentos de qualidade genial reconhecida internacionalmente, tempos de resistência e também suporte a regimes ditatoriais, uma quase completa paralisação das produções no início dos anos 90, e a grande retomada com a criação da Ancine, leis de incentivo e impulsos dados a partir do fim dos anos 90.

Neste ano voltamos a brilhar com enorme representatividade internacional com a premiação de produções nacionais no cultuado Festival de Cannes, e ao mesmo tempo são descontinuadas políticas de incentivo, patrocínios e políticas gerais de cultura no país após a posse do atual Presidente da República.

Não sabemos o futuro do cinema brasileiro a partir de amanhã, mas sabemos que há muito talento que atuou, atua e já nasce para o cinema a cada dia, com escolas de formação formando novos profissionais mesmo com esse cenário sombrio, mas o cinema enquanto arte não pode e nem vai esmorecer enquanto cultura de resistência.

O cinema brasileiro é riquíssimo e de muita qualidade mesmo com campanha massiva contra nossas obras, que disputam com a covardia de políticas permissivas à produção internacional nas nossas telas, mais o marketing agressivo de conglomerados que dominam essas super produções, a simples sobrevivência de nosso mercado interno.

Que venha um futuro melhor, com melhor distribuição de filmes, mais salas, mais incentivos e promoção ao nosso cinema, mesmo que às custas de muito suor e esforço de todos nós que valorizamos a sétima arte do nosso país. São os meus votos a favor do meu amor ao cinema.

*Dedico este texto á memória de Rubens Ewald Filho, falecido hoje, que foi um grande entusiasta na leitura da crítica cinematográfica para este escritor aqui, e que influenciou a cinefilia de toda uma geração. <3