WOLF ALICE – BLUE WEEKEND (2021)
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A banda inglesa Wolf Alice ultrapassa seus 10 anos de carreira. O Wolf Alice começou como um duo, tendo em sua formação apenas a vocalista e guitarrista Ellie Rowsell junto com o guitarrista Joff Oddie. Em 2012, o grupo aumenta e ganha uma formação de quarteto com a entrada do baixista Theo Ellis e do baterista Joel Amey. O début ‘My Love Is Cool’ só chegaria em 2015 conferindo à banda elogios de público e crítica, inclusive com o álbum recebendo, em 2016, o Grammy Award For Best Rock Performance.

Primeiro destaque do Wolf Alice são os vocais de Ellie Rowsell. Não é por menos, a cantora vai intercalando sua voz e conseguindo aportar em diversos gêneros e sentidos que o álbum proporciona. A adolescente enérgica que acaba de entrar para uma banda de Punk Rock (‘Smile’), a cantora que une o lírico com o Rock tudo num único e inseparável lugar (‘Lipstick On The Glass’), o saudosismo de quem parece ter crescido na cena rural de seu país e de estar também ligado à cena Folk (‘No Hard Feelings’).

Mas o grupo não se prende apenas a voz de Rowsell. Por sorte e por méritos. Mesmo com uma década juntos, nem tanto tempo assim se pensarmos em outras bandas, a sintonia é perfeita. O instrumental dá o tom preciso, seja na dinâmica linha de baixo e na guitarra incisiva que regem a crueza de ‘Smile’,  seja quando tudo ganha um panorama mais acústico e o dedilhado é a força maior na candura da faixa ‘Safe From Heartbreak (You Never Fall In Love’).

Sem medo de adicionar elementos eletrônicos, o fechamento com ‘The Beach II” cai bem para o álbum mergulhando a música com padrão Rock em meio a um clima etéreo proporcionado por sintetizadores e efeitos. Um caos sonoro entre Rock e Eletrônico que sempre funciona bem quando os dois gêneros são bem dosados e aproveitados.

O ouvinte nem vai perceber como o álbum muda constantemente, pois cada faixa tem sua importância e cresce em detalhes a cada audição. A enérgica ‘Play The Greatest Hits’ é como juntasse na mesma canção The Go! Team e Heart, logo em seguida a esse petardo sonoro, o grupo volta com a serenidade Dream-Pop de ‘Feeling Myself’. Isso de forma alguma altera a uniformidade e o balanço do álbum que segue criativo e agradável em suas 11 faixas.

‘Blue Weekend’ tem um trunfo essencial, e que precisa ser muito admirado hoje em dia. Não é um álbum de fácil classificação, não se prende a algum gênero determinado, não precisa (e nem quer) definir uma geração. Todavia, reitera a ideia de que o passado pode construir a música do futuro caso seja bem reaproveitado. E isso, o Wolf Alice parece cumprir com zelo.