Neste fim de semana de Dia das Mães, não ficaríamos de fora do clima e resolvemos fazer uma lista de 10 filmes sem ordem de preferência, onde mães são o centro da história do filme, tentando ao máximo diversificar seu papel e representatividade dentro do cinema. Deixamos também nosso espaço de comentários para outras sugestões vindas dos leitores e seguidores do nosso site.

Eis os filmes que selecionamos para vocês:

  • “ADEUS, LENIN!” (2003), de Wolfgang Becker. Alemanha. 121 min.

Este filme alemão, indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, conta a peculiar história de Alex (Daniel Brühl), um jovem que precisa esconder de sua mãe (Katrin Sass), uma socialista que estava em um longo coma há vários anos, que a Alemanha se reunificou. Aqui destacamos como se estabelece o amor de mãe e filho de forma atemporal, e o quanto nessa relação ambos estão dispostos a mostrar o melhor dos mundos ao outro, numa relação recíproca mesmo com diferenças políticas e ideológicas envolvidas.

 

  • “ÁLBUM DE FAMÍLIA” (2013), de John Wells. EUA. 130 min.

O filme trata de uma crise familiar onde mulheres que seguiram caminhos bem diferentes após serem criadas por uma mãe problemática (Meryl Streep) precisam voltar à sua cidade natal, na casa onde viveram e com as questões que a própria mãe traz de volta nesta nova reunião. Aqui, a família fraturada estabelecida na figura de uma matriarca desfuncional em seu papel materno desmorona à medida que a reunião familiar se reestabelece, mesmo que no fundo haja amor envolvido entre os presentes.

 

  • “LAÇOS DE TERNURA” (1983), de James L. Brooks. EUA. 132 min.

Em um papel que lhe deu o Oscar de melhor atriz, Shirley MacLaine interpreta Aurora, uma mãe que mesmo lidando e auxiliando nos problemas de sua filha Emma (Debra Winger), segue em busca de um novo amor na figura de seu novo vizinho Garrett (Jack Nicholson, também vencedor do Oscar pelo papel). Brooks, que também ganhou a estatueta como melhor diretor e roteirista por este filme, nos traz uma belíssima história da relação de amizade e cumplicidade entre mãe e filha, como verdadeiras companheiras.

 

  • “MÃE SÓ HÁ UMA” (2016), de Anna Muylaert. Brasil. 88 min.

Neste filme temos a história de um rapaz (Naomi Nero) que, surpreendido com a prisão da mãe (Dani Nefussi) que o criou por ter roubado ele da maternidade, passa a ter que morar e lidar emocionalmente com sua verdadeira mãe (também Dani Nefussi) e sua família biológica, além das questões naturais do seu amadurecimento. O tema da questão mãe presencial x mãe biológica é tratada de forma pouco peculiar, usando a mesma atriz fazendo ambos os papéis, e trazendo as incertezas de vida do garoto para a equação de sua readequação familiar, bruscamente rompida com a descoberta da verdade sobre seu nascimento.

 

  • “MINHAS MÃES E MEU PAI” (2010), de Lisa Cholodenko. EUA. 107 min.

Aqui temos uma história diferente: dois jovens concebidos por inseminação artificial e criados por um casal de lésbicas, Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening), resolvem buscar a verdadeira identidade de seu pai biológico, e acabam encontrando Paul (Mark Ruffalo), e tentam inserí-lo neste núcleo familiar. Cholodenko traz de forma muito sensível problemas e similaridades na vida de um casal homossexual para um heterossexual, e como a heterossexualidade pouco importa na criação de filhos desde que haja amor e cumplicidade.

 

  • “MOTHER – A BUSCA PELA VERDADE” (2009), de Bong Joon-ho. Coréia do Sul. 129 min.

Na busca desesperada de uma mãe (Kim Hye-ja) pelo verdadeiro culpado pelo crime que seu filho foi acusado e detido, o diretor Bong Joon-ho expõe um dos laços mais fortes dentro da maternidade, que é a proteção aos seus filhos de forma incansável, e aqui no gênero policial essa emergência fica ainda mais forte e presente na profundidade dos personagens.

 

  • “NÃO É UM FILME CASEIRO” (2015), de Chantal Akerman. Bélgica. 115 min.

Neste documentário da cultuada diretora Chantal Akerman, ela mesma traz sua relação com sua mãe, uma idosa polonesa, em conversas e contatos realizados com ela presencialmente ou online em um ano. A própria auto-observação na frente das lentes propostas por Akerman já dá um peso inestimável a este filme enquanto representação do que pode significar a maternidade na terceira idade.

 

  • “REINO ANIMAL” (2010), de David Michôd. Austrália. 113 min.

Aqui temos a representação de uma máfia familiar liderada por uma matriarca, Janine (Jacki Weaver), que acolhem seu jovem neto Joshua (James Frecheville), após a morte de sua filha que o blindava de sua problemática família e seus negócios escusos. Michôd desconstrói o gênero colocando a figura matriarcal na cabeça da organização, com a devida liderança e autoridade características de uma mãe dentro de um núcleo familiar, sob os homens de sua família.

 

  • “SEGREDOS E MENTIRAS” (1996), de Mike Leigh. Reino Unido. 142 min.

Hortense (Marianne Jean-Baptiste), uma mulher negra bem- sucedida, decide buscar a identidade de seus pais biológicos após a morte de seus pais adotivos. Sua busca indica que Cynthia (Brenda Blethyn), uma mulher proletária branca, seria sua mãe biológica, e o encontro das duas causa uma avalanche de revelações dentro do núcleo familiar de Cynthia para além de sua relação com Hortense. Aqui temos mais um exemplo do ótimo melodrama realizado por Leigh, explorando dentro da questão de maternidade também aspectos sociais e raciais envolvidos dentro do contexto narrativo na história.

 

  • “TULLY” (2018), de Jason Reitman. EUA. 95 min.

Marlo, uma mãe em pleno puerpério de seu terceiro filho, vê sua rotina se renovar após conseguir o auxílio de  Tully (Mackenzie Davis), uma babá noturna que além de cuidar de seu bebê recém-nascido acaba ajudando em diversas questões do dia-a-dia de Marlo com sua família. O roteiro de Diablo Cody, que sabe bem retratar estágios da vida de uma mulher no cinema, e a direção de Reitman humanizam este estágio de puerpério tão pouco tratado nas questões de se tornar mãe, quase que expondo um lado secreto das dificuldades naturais de ser mãe.