FOTO – Joca Vidal
Urrei de alegria ao descobrir que o setlist do show era o “AO VIVO” de 1992 completo. Ratos de Porão no Circo Voador é mais do que religioso, é de arrebentar o coração de alegria.
Destruí o vídeo do Amigo Joka, mas era incontrolável a urgência de sentir essas tábuas vibrarem. O RDP faz história há mais de 40 anos e muitos não entendem a vigência das letras que cobrem a crítica social de problemas políticos que se repetem 30 anos depois como se fossem bem atuais.
Em 1993, quando cheguei ao Brasil, morava em Seropedica e, na Rádio Fluminense, naquele mês de outubro, anunciavam um show com “Barulho e Vudu”, tendo Ratos de Porão, Muzarelas e Kangurus in Tilt. Eu pedi para meus colegas na faculdade que me levassem, mas ninguém soube me ajudar a descobrir onde era o tal Circo Voador.
Essas coisas criam “traumas e consequências” e assim, cada vez que Ratos toca no Rio, vou de alguma maneira ver o show. Os que acontecem no Circo Voador parecem sempre ser ensaios de perfeição: alucinantes, agressivos, participativos, emocionantes e inesquecíveis.
Devo ter visto uns 10 shows do Ratos no Circo e sempre volto a ter a mesma sensação de estar presenciando o maior momento na vida de uma banda VIVA. JAO ,BOKA e JUNINHO dão 300% da sua energia nessas apresentações e deixam o caminho livre para o João Gordo extravasar toda a fúria de um frontman que sabe o poder que tem ao versar letras tristes com a velocidade de uma metralhadora de pregos que te fazem pensar e reagir sem perder a esperança de que vamos vencer todo o mal.