Onde ver: Cinema
7.5Nota da Hybrido
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9.0

Em sua estréia na direção, seguindo os passos do irmão Ben, Casey Affleck opta pelo campo do futuro distópico em “Luz no Fim do Mundo”, onde um pai (Casey Affleck) tenta sobreviver com a filha (Anna Pniowsky) após a morte de sua mulher (Elisabeth Moss), numa Terra onde grande parte das mulheres morreram por uma doença misteriosa anos antes.

Pouco é falado na narrativa sobre detalhes do mal que se espalhou contra as mulheres a ponto da quase extinção, mas muito se aprofunda na questão da capacidade do pai de defender a filha ocultando seu gênero com figurinos masculinos e nomes falsos e nos reflexos de sua relação com a esposa em flashbacks, que o guia no presente.

A fotografia reforça a grandiosidade dos espaços explorados pelo homem e sua filha, o silêncio e o quanto cada ruído aciona mecanismos de defesa imediatos que Affleck consegue passar para o espectador com a boa edição de som, e a opção de câmera na mão em momentos mais tensos do filme.

Affleck e Pniowsky fazem boa dupla, com bons diálogos e sintonia que funciona nas cenas mais intensas ou dramáticas onde o diretor vai semeando informações do contexto e da relação daqueles dois personagens acuados pelas circunstâncias.

Vale destaque também a importante virada na segunda metade, onde os personagens são confrontados por situações de compreensão, fé e filosofia de vida em que suas decisões acabam os encaminhando para as consequências sofridas no clímax, duras porém coerentes com a história contada, marcando uma boa estréia atrás das câmeras de Casey Affleck.