"Amor sublime Amor" (2021), de Steven Spielberg
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Onde: Disney+

Uma breve sinopse: Tony, que é ex-membro de uma gangue chamada Jets (formada por “cidadãos americanos”) se apaixona perdidamente por Maria, que está ligada à gangue rival, dos Sharks (composta por Porto-riquenhos recém chegados à cidade em busca de melhores oportunidades). Contra todos, eles passam a explorar esse amor proibido.

Na Nova York de 1957

Eu me lembro da primeira vez que assisti “Amor sublime Amor”. Foi quando ganhei o DVD num amigo secreto. Desde então, o filme entrou no rol dos meus filmes do coração. Obviamente, guardadas as devidas proporções, é um filme que também entrou no rol dos preferidos do diretor Steven Spielberg, e que foi apresentado a ele por meio de seus pais, quando tinha apenas 10 anos de idade.

A partir daí, o remake do filme se tornou o projeto de vida do diretor, feito que ele concluiu com glória e merecidas sete indicações ao Oscar de 2022. A história inspirada em Romeu e Julieta serviu de base para que o dramaturgo Arthur Laurents e os compositores Leonard Bernstein e Stephen Sondheim criassem um dos musicais de maior sucesso da Broadway e também do cinema, para o qual foi adaptado em 1961, angariando 10 estatuetas no Oscar daquele ano e se consolidando como um dos maiores clássicos musicais.

Diante da difícil tarefa de adaptar uma obra tão consolidada, Spielberg mostra porque é um dos cineastas mais brilhantes dos últimos tempos e vai além ao fazer uma acertada releitura do clássico. Ainda que trate de rivalidade entre duas gangues, o tema permanece atual diante da intolerância e dos abismos sociais que perduram até hoje – xenofobia, racismo, desigualdade social, transfobia.

O diretor consegue trazer à luz todos os temas, mantendo o frescor e a dinâmica do original, e une os dois universos por meio da presença da atriz Rita Moreno, que ganhou o Oscar pelo papel de Anita na primeira adaptação para o cinema em 1961.

Destaque para a reconstrução perfeita e detalhista de uma Nova York de 1957, com direção de fotografia, figurinos, canções e coreografias impecáveis.

A soma de um cineasta tão brilhante e perfeccionista como Spielberg e amor – tanto pessoal dele para com o projeto, quanto do tema do filme em si – resulta em uma das mais bem sucedidas e emocionantes adaptações de musicais da atualidade. Realmente cativante e imperdível.