EduardoDennis Sinned é um velho conhecido da cena underground paulista. Além de professor de Filosofia, tem como hobby frequentar a cena boêmia de sua cidade e de se envolver muito com música, que é onde guarda sua paixão e inquietude.
Apesar de colaborar com inúmeras bandas, entre elas: Segundo Inverno, Maldaz, Days Are Nights e As Cinzas do Tempo, é em seus projetos musicais que Dennis coloca a música junto com a Filosofia em letras bem perspicazes e que acordam o ouvinte para sua realidade e cotidiano. A começar pelo título criativo, temos uma noção prévia de que esse é um álbum que trata tanto da temas Freudianos, bem como dialoga com o ouvinte a respeito das cenas comuns retratadas em sociedade.
Muito do Rock e do Punk nacional pulsa nas faixas do álbum. Ira!, Plebe Rude, Titãs, Inocentes, Camisa de Vênus, entre outros. Esse é um trabalho pautado totalmente numa sonoridade enérgica, com uma cozinha poderosa, guitarras ágeis e um engajamento pleno com o Punk/Pós-Punk. Isso tudo fica bem visível logo na abertura explosiva com “Sociedade Civil Burguesa”.
“Sob Um Céu De Van Gogh” finge ser um Post-Rock e entrega, em seus instantes finais, uma poesia declamada pelo músico onde o título do álbum ganha mais sentido. Uma das mais pesadas do disco, “Não Reconheço Mais Os Rostos Das Pessoas”, tem vocais furiosos, dá mais ênfase na cozinha e se deixa imergir num formato Shoegaze que se explode num caos sonoro. Sopros surgem em “Amor Tóxico” que se fundem a uma guitarra marcante e uma letra que, apesar de minimalista, fala muito dos sentimentos modernos atuais.
Mas nem só de peso vive o álbum. “Dias de Chuva” encanta com sua guitarra dedilhada, a melodia certeira que chega com um refrão grudento e seu clima propício de Coldwave. Ganhando um aspecto mais Pop-Rock, “Eles Nos Querem” apresenta uma melodia assoviável e pronta pra grudar na mente. A faixa “Meu Coração É Uma Estação de Metrô” se comporta como um recital declamado com vocais sobre camadas e efeitos, se enche de sons estranhos, tudo garantindo um clima bastante psicodélico.
O álbum também conta com duas faixas ao vivo que ganham mais densidade, são elas: “Sociedade Civil Burguesa” e “O Cão da Meia-Noite”.