Enfurnado em casa desde o começo da pandemia, minha maneira de ouvir os discos mudou bastante. Antes, gostava de caminhar e tentar descobrir alguma coisa legal, agora dentro de um apartamento, nem sempre da pra ouvir música alta. A mudança de humor também atrapalha um pouco. Apesar disso, o primeiro semestre de 2020 trouxe vários bons discos e nesta lista vou deixar os que mais ouvi. Alguns que não escutei o bastante preferi deixar de fora, mas poderão aparecer na lista do final do ano.

No podcast especial Hybrido, está o top 10, com duas músicas de cada disco e também com a lista de Pedro Fernandes.

Também deixo no post uma playlist( LADO DIREITO) acrescentando algumas músicas que não estão entre os discos aqui da lista. Escutem com carinho, comentem com os seus preferidos e não se esqueçam de aumentar o som!!!

PODCAST PARTE 1:

The COURTNEERS – More. Again. Forever.

O disco é o sexto disco da banda inglesa formada em Middeltown, na grande Manchester. O Courtneers é muito conhecido pela energia que consegue trazer ao palco e talvez esse seja o disco que mais de perto traz essa força para o estúdio. A banda é uma daquelas que não furou a bolha do Reino Unido, mas é muito conhecida por lá. Um trabalho como esse ao menos vai manter o Courtneers bem no alto.

 

 

WHITE DENIM – World As a Waiting Room.

Gravado em apenas 30 dias, durante a quarentena, o disco traz o melhor da banda de Austin, Texas. O quarteto mistura um monte de sonoridades e acerta em cheio neste álbum. Com destaque para “Queen Of The Quarantine”, que certamente será usada em vários casamentos que surgirão do confinamento, o que não falta é música boa. Ao vivo deve ser melhor ainda.

BRIAN FALLON – LOCAL HONEY.

A voz marcante do vocalista volta para mais um disco sem o peso do Gaslight Anthem. Ele abre com uma linda carta para sua filha. Não à toa o trabalho tem a produção de Peter Kats, que já produziu The National, Death Cab. O tom emocional de “Local Honey” é muito pesado. Parece um rapaz amadurecido pegando seu violão e viajando pela sua vida. Sem dúvida este é o melhor disco pós-Gaslight, que deixa Fallon consolidado também como artista solo.

PEARL JAM – GIGATON

A espera valeu e a banda de Seatle mais uma vez não decepcionou. Gigaton parece que foi feito para quem gosta de tudo que vem em um disco. Desde sua arte maravilhosa até a ordém das músicas. O primeiro single “Dance of The Clairvoyants” foi uma excelente escolha e consegue ficar mais forte acompanhada das duas primeiras músicas. A Gigaton me convenceu rapidamente. A voz do Eddie Vedder também pareceu mais natural como se estivesse ao vivo e um show desse disco é o que precisamos logo.

PHOEBE BRIDGERS – PUNISHER

O grande desafio de lançar um segundo disco assombra artistas desde outras épocas. Com apenas 25 anos, a cantora se supera a cada novo projeto que entra. “Punisher” é profundo, calmo, bem produzido. Phoebe Bridgers já conseguiu se firmar como artista, é fácil já reconhecer quando ela está envolvida em algo. Que disco maravilhoso!!!

BUTCH WALKER – AMERICAN LOVE STORY

“Estamos tendo uma conversa?” é o grande ponto de partida para essa ópera-rock. Um disco desses é de difícil audição. Eu, que sou fanático por Butch Walker, demorei a me convencer, e sinceramente acho isso ótimo. A história se passa dentro de uma família “tradicional” americana, em que o pai racista e homofóbico vai aos poucos descobrindo que o filho é homossexual. Como parte das músicas trata de cada ponto de vista, ouvir algumas sem o contexto fica complicado. Vale ouvir também assistindo ao filme que está disponível no youtube.

Ray LaMontagne – Monovision
Se eu trabalhasse numa loja de discos, botaria “Monovision” pra tocar na vitrola, tenho certeza que venderia igual água. Se já era assim em outras épocas, neste álbum “Ray LaMontagne” se supera e consegue agradar a todos que gostam de música. Várias faixas poderiam ter sido lançada nos anos 60, 70 facilmente. Ray toca todos os instrumentos e a sua versatilidade na voz faz deste disco um dos melhores do ano.
HAIM – WOMEN IN MUSIC PT.III
Se eu trabalhasse numa loja de discos, botaria “Monovision” pra tocar na vitrola, tenho certeza que venderia igual água. Se já era assim em outras épocas, neste álbum “Ray LaMontagne” se supera e consegue agradar a todos que gostam de música. Várias faixas poderiam ter sido lançada nos anos 60, 70 facilmente. Ray toca todos os instrumentos e a sua versatilidade na voz faz deste disco um dos melhores do ano.
Green Day – Father of All….
A trio punk está de volta com um disco bem divertido. Não espere nenhuma revolução da banda, até porque o Green Day não precisa disso. Com uma discografia em que o único tiro pra fora foi em um disco triplo, os americanos têm carta branca pra fazer um disco desse tipo. Curti!
MARCUS KING – EL DORADO
Foi no seu primeiro disco solo que o guitarrista de apenas 24 anos conseguiu mostrar seu caminho. O trabalho foi produzido por Dan Auerbach (Black Keys) que aliás tem feito ótimas produções. Marcus King traz muitas referências ao disco. A qualidade do artista seja tocando guitarra, ou cantando é espetacular. Discaço!!!
Strokes – The New Abnormal
Sem dúvidas é o melhor disco da banda desde “Fisrt Impressions Of Earth” (2006). Os primeiros singles já mostravam que a banda parecia ter acertado o caminho. Sem perder a essência, e ainda mudando um pouco o som em alguma músicas, os caras certamente serão lembrados no fim do ano com esse lançamento na maioria das listas de melhores álbuns. Um daqueles discos direto e reto de fácil digestão!!!
A GIRL CALLED EDDY – BEEN AROUND
Primeiro disco em 15 anos da cantora Erin Moran, conhecida como “A Girl Called Eddy”, que parece tentar explicar por onde andava. Com uma voz potente e uma produção impecável, “Been Around” é outro que poderia ter sido feito em outras épocas. Espero que não demore tanto para um novo trabalho.
PORRIDGE RADIO – EVERY BAD
Uma das bandas mais legais que encontrei fuçando no Bandcamp chega com mais um disco muito legal. O Porridge Radio vem de Brighton, na Inglaterra, e traz aquela sensação de músicas boas que saem dos pubs locais para grandes festivais. Em uma época em que o pós-punk está com tudo, a banda se junta a outros nomes num degrau bem alto.
FRAZEY FORD – U kin B the Sun
Mais um grande disco lançado em 2020. Frazey Ford é canadense e ficou conhecida no grupo “Be Good Tanyas”.
Em “U kin B the Sun”, o grave do baixo bem na frente acompanhando a bela voz da cantora agrada de cara. Alguns artistas têm conseguido trazer o melhor do soul antigo para o presente e Frazey faz isso muito bem.
LAURA MARLING – Song For Our Daughter
Achei que fosse difícil superar o antecessor “Semper Femina” (um dos meus preferidos), porém o 17º disco da cantora britânica é o seu melhor trabalho. O cuidado e a simplicidade que são marcantes da artista vêm acompanhados de um arranjo maravilhoso. “Song For Our Daughter” é a calmaria de que precisamos.
Fiona Apple -Fetch The Bolt Cutters
O disco do primeiro semestre que mais causou falatório não poderia ficar de fora. Acabei ouvindo mais algumas vezes depois de gravar o podcast e estou arrependido de ter deixado de fora do programa. Não achei um disco nota 10, como muitos o avaliaram. Mas entendo a nota. Que bela volta da cantora que consegue mostrar seu sentimento em cada nota das músicas.
BOB DYLAN –  ROUGH AND ROWDY WAYS
É um privilégio o cantor ainda lançar discos em 2020. O lendário cantor de 79 anos nos dá de presente nestes tempos difíceis mais um álbum pra ser devorado rapidamente. Impressionante como a criatividade e a versatilidade do cantor ainda estão intactas. Difícil é ouvir sem ter vontade de abrir uma garrafa de whisky.