Indicado ao Grande Prêmio do Júri e vencedor do prêmio de melhor atriz no Festival de Sundance, “Doce Entardecer na Toscana” é um filme polonês que nos traz a história da veterana poetisa Maria Linde (Krystyna Janda), que vive na Toscana com marido, filha e netos, e está prestes a ser reconhecida com um grande prêmio internacional.
Porém, após um atentado terrorista na cidade com suspeita de ser promovido por refugiados, Maria redige um discurso polêmico citando tal incidente, o que leva a comunidade local a reprimir ela e seus familiares, causando uma crise enorme na cidade.
Borcuch cozinha o cenário local e seus personagens a fogo baixo, nos colocando a par da conjuntura social naquele vilarejo, dividido entre a família da protagonista, representantes da comunidade local e a ponte de interseção dela com os refugiados, através de um flerte com um dono de restaurante mais jovem, de origem árabe.
A narrativa se intensifica após o discurso da protagonista, e tudo em sua volta começa a ferver e as boas discussões sobre liberdade de expressão acabam se impondo ao redor de Maria, que aos poucos vai se sufocando com as intensas reações ao seu posicionamento.
A fotografia do filme é brilhante ao irradiar a beleza do local e a acompanhar a protagonista dentro do seu estado nervoso imposto pela narrativa, nos entregando uma belíssima cena final que conclui a principal problemática do filme de maneira perfeita em termos cinematográficos, fazendo de “Doce Entardecer na Toscana” uma excelente obra a ser visitada nos cinemas.