Dentro de uma premissa de como as posições de poder são negadas às mulheres por séculos, a premissa de “Duas Rainhas”, associada à escalação de duas grandes atrizes para interpretar as rainhas da Escócia e da Inglaterra que dão nome ao filme, é excelente e atualíssima para os dias de hoje.
Mary (Saoirse Ronan) volta para a Escócia disposta a assumir o trono que lhe é de direito pela hereditariedade exposta, e com isso os nobres ingleses, liderados por William Cecil (Guy Pearce) alimentam a atual rainha Elizabeth I (Margot Robbie) de paranóia, colocando seu trono em risco através de conspirações, traições e rebeliões.
Mas o coração da história é o amargo sabor do poder para estas duas mulheres, onde cada uma opta por um caminho para lidar com isso, e em ambos os caminhos as consequências não são saudáveis a essas mulheres, como nada foi, ou ainda é de certa maneira.
Porém, apesar da exuberância dos figurinos, design de produção, maquiagem e penteados, e da trilha muito presente pelo filme marcando o crescente dramático envolvendo as duas personagens, o roteiro é muito raso para além desses conflitos, e a direção empurra o filme para um melodrama novelesco, onde a grande entrega na conclusão é a única interação física entre essas personagens durante o filme todo, e que não atende às expectativas geradas.