Embriagado de amor (EUA 2002)
8.8Pontuação geral
Votação do leitor 8 Votos
7.7

Chega aos cinemas nacionais neste final de ano o novo filme de Adam Sandler: “Uncut Gems”, 2019, dos irmãos conceituados Bennie e Josh Safdie (De O bom comportamentos, 2017). A imprensa clama e garante que este filme coloca Sandler competindo troféus de melhor ator em todos os festivais possíveis do cinema até culminar no Oscar de 2020. Eu pensei que ele ganharia algo em 2002, esteve perto disso com “Embriagado de amor”.

Os aclamados irmãos Safdie são bastante autorais. Tentam ser peculiares com um cinema magnífico. O diretor Paul Thomas Anderson também é peculiar e realmente autoral, além de realizar várias funções que não somente a de dirigir. Estes gênios da câmera colocaram Adam Sandler pra trabalhar. Verei este de 2019 ainda. Mas em 2002 garanto ter sido a maior atuação da carreira de Sandler.

Aqui em “Embriagado de amor”, opera-se uma obra prima da comédia de estranheza. É assim que chamo o intimista e inusitado trabalho do diretor Paul Thomas Anderson. É possível se arrancar muita gargalhada em seus diálogos absurdos e às vezes sufocantes. “Embriagado de amor” foi indicado à Palma de Ouro de Cannes em 2002. PTA, como é chamado, costuma escrever seus roteiros.
Aqui não foi diferente.

E para contribuir com a tal estranheza ele queria Adam Sandler. Este filme ganhou status de cult. Muitos foram os cuidados tomados pelo diretor com a fotografia (entre escuros e cores primárias) e com o som também. Tudo aqui dita tom da obra da maneira mais bem concatenada possível. Como Adam Sandler daria certo com um diretor tão autoral como PTA? O texto perfeito comandou a ligação entre os dois.

O filme conta a história verídica de Barry Egan (Adam Sandler – que sim, está muito engraçado aqui). Ele é um sujeito peculiar que sofre pressão das 7 irmãs, que não está bem como microempresário, sofre com o disque-sexo e que não consegue se aproximar de uma mulher quando o assunto é namorar.

Egan é tão diferente que ele consegue juntar 1.25 milhões de milhas aéreas ao comprar pudins de uma marca específica nos supermercados. O diretor subverte o gênero da comédia com soluções completamente inesperadas e diálogos memoráveis.

Para tal sucesso, PTA conta com a entrada – também estranha – de Lena Leonard (a ótima Emily Watson) no filme. Lena e Barry se apaixonam e fogem de uma rede de mafiosos liderada pelo excelente – e saudoso –Philip Seymour Hoffman, que mesmo com pouco tempo em tela, garante risos com seus gritos e suas explosões de impaciência.

Paul Thomas Anderson, por fim, conquista o prêmio de melhor diretor em Cannes. Fazendo jus a todo seu trabalho meticuloso. Sandler ficou apenas com a memorável atuação.

Onde assistir: Google play e Itunes Store