Onde ver: Cinema
5.5Nota da Hybrido
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Adaptado de obra literária homônima de Donna Tartt, que ganhou o Prêmio Pulitzer em 2014, “O Pintassilgo” é o novo filme dirigido pelo irlandês John Crowley, que em 2015 dirigiu o ótimo filme “Brooklyn”, que teve indicações ao Oscar naquela temporada.

Aqui vemos a história de Theo (Ansel Egort na fase adulta e Oakes Fegley na fase infantil/adolescente), que perde a mãe num atentado a bomba num museu em Nova York, e guarda consigo secretamente a pintura “O Pintassilgo” ao sair dos escombros, algo que irá atormentá-lo por toda a sua vida junto com a morte de sua mãe.

Crowley consegue transpor visualmente o universo clássico do alto escalão de Nova York contido na obra literária, com excelente design de produção e fotografia, mas o roteiro parece engessado, querendo transpor a literalidade da história em que se baseia.

Nem o trabalho interessante de montagem entre as narrativas das memórias e do presente de seu protagonista conseguem colocar a história com a fluidez necessária para a história avançar satisfatoriamente, talvez impondo uma confiança absoluta em seu material-base vindo do livro, transposto quase em sua totalidade.

Mesmo com trabalhos bons de Nicole Kidman e Jeffrey Wright em pequenos porém importantes papéis, o resto do elenco não entrega o necessário, mesmo com personagens com alguma profundidade, principalmente o protagonista que, se na fase infantil/adolescente com Oakes Fegley consegue nos atrair pros seus conflitos naquela trama, na fase adulta com Ansel Egort deixa muito a desejar nessa continuidade necessária.

O grande pecado que “O Pintassilgo” comete é falhar justamente no coração de seu projeto, que é o trabalho de roteirizar seu material original para levar para as telas os grandes conflitos que Theo carrega ao longo de sua história pessoal e sobre o valor da memória, seja sentimental ou de uma obra de arte e seu valor inestimável e atemporal, mas nem a beleza visual da película acaba compensando esses importantes problemas narrativos.