O Fontaines D.C. está de volta com um disco totalmente embasado no Pós Punk. Uma atmosfera carregada de surpresas e autenticidade. Podemos dizer que o álbum soa mais fatídico e abstruso do que o excelente “Dogrel” (2019).
A Hero’S Death, é potente e complexo em sua contextualidade. Exprime sentimentos de uma banda que vivenciou o peso da fama em um curto espaço de tempo. Algo que poderia ser o xeque-mate entre seguir ou ser uma banda de um disco só. Ao invés disso eles não se deixaram sucumbir pela síndrome do segundo disco. O quinteto que revolucionou o mundo a um ano atrás com seu som enérgico, estimulante e violento, com letras poéticas e filosóficas sobre a cidade de Dublin, chegou caluniando o sucesso de “Dogrel”que possui uma abordagem mais… digamos semi-irônica, em sua introdução. Em “Big”, Chatten canta sobre os anseios de crescer na vida. “Minha infância foi pequena/Mas vou ser grande”. A resposta veio com “I Don’t Belong”, faixa que abre o icônico álbum novo. “Eu não pertenço a ninguém/Não pertenço a ninguém/Não quero pertencer a ninguém”.
Canção que define bem a atmosfera e sentimentos que emanam da banda nesse novo trabalho. “You Said”, soa como a busca pelo pote de ouro no fim do arco-íris. Um Fontaines a procura da batida perfeita. “No” canção que encerra o disco, é linda e nostálgica. Uma melancolia de acordes que lembram Joy Division na alma. E fecha o disco com pura maestria.
E não se engane! O Fontaines D.C. não pertence a ninguém, e vão fazer a música que eles querem e não a música que vocês querem que eles façam. Dogrel mostrou que eles podem ser grandes, A Hero’s Death mostra que eles podem ser o que eles quiserem. Discão!