James Dean Bradfield -'Even Exile'
8.5Pontuação geral
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7.7

Even In Exile funciona como um refúgio histórico pela vida do ativista político chileno Víctor Jara de forma graciosa, bela e nostálgica. Um mergulho pela vida e obra de um artista que cantou sobre sonhos e injustiças. Jara foi brutalmente assassinado no golpe de estado liderado pelo general Augusto Pinochet, em setembro de 1973. Seu legado age como fonte de  motivação a vida e, serviu de combustível para  inspirar James Dean, o frotman da banda Manic Street Preachers, a criar e dar vida ao seu mais novo álbum solo.

Um álbum totalmente temático baseado na obra e vida do músico e ativista político Víctor Jara. Bradfield contou com a parceria de Patrick Jones irmão mais velho de Nick Wire, baixista do Manic. O álbum contém onze faixas assinadas pelos dois. A única música que não é da dupla é “La Partida”, uma interpretação da música instrumental de Víctor Jara, lançada oficialmente no LP “ El Derecho de Vivir Em Paz”, de 1971.

O disco abre um diálogo com ouvinte, uma espécie de alerta sobre o perigo do fascismo que volta a predominar no mundo. Passa a ideia de que “se continuarmos a tolerar isso nossos filhos serão os próximos”. A abertura é com a bela e harmônica “Recuerda” um soco na boca do estômago. Uma canção que começa com acordes de violão e explode em um bom Rock no estilo Manic. Uma ótima porta de entrada para o contexto e promessa do álbum: “As canções que dão as boas-vindas/ Canções que avisam/ Para um futuro/ Isto ainda está para nascer”. Uma música que deixa a importância de relembrar e nunca esquecer daqueles que sacrificaram suas vidas por um ideal.

“The Boy From The Plantation” é um passeio pela vida de Jara. Uma linda canção que fala sobre os ideais de vida e do legado que ele deixou com sua obra: “Víctor Lídio Jara Martinez/O menino da plantação eles não puderam reprimir/Que dedilhava e cantava para sonhos e injustiças”. Uma canção que abre um paralelo com as censuras que começam a ser impostas aqui e em vários outros países.
“The Last Song” soa progressista e psicodélica, lembra Pink Floyd e deságua em um pop celestial. Ela enfatiza a beleza emanada nesse belo álbum temático e contextualizado com a realidade dos dias atuais. Uma verdadeira e nostálgica homenagem. Um álbum bonito, melódico e certeiro, que vai fundo na alma.