Nota da Hybrido
6.5Pontuação geral
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6.7

O episódio de domingo passado talvez tenha sido o que mais repercutiu por aí dado os seus problemas técnicos durante a transmissão pela HBO, seja de filmagem ou pela própria transmissão em si. Mas o que interessa é que, enfim, a oitava temporada sai da mesmice e das barrigas de roteiro para o que interessa neste desfecho de série.

Como o título do episódio já entrega, “A Longa Noite” acontece enfim em Winterfell, onde os humanos encaram enfim os white walkers comandados pelo Rei da Noite com o que têm em mãos, e a estratégia reforçada pela aparição surpresa de Melisandre no vilarejo para auxiliar os humanos parecia interessante, até ser surpreendida pela magia de inverno do Rei da Noite, após o ataque com os dragões comandados por Jon Snow e Daenerys Targaryen.

Se a escuridão exagerada da fotografia prejudicou os espectadores na hora do episódio, ela vale ser reavaliada com calma pelo streaming numa boa TV e sala escura, pois mostra que a intenção era das melhores e funcionaria muito se fosse um filme no cinema, mas infelizmente não foi o caso. Mas a direção de Miguel Sapochnik, o grande responsável por dirigir grandes episódios de batalhas anteriores, se faz presente numa abordagem como se a câmera passeasse pelo campo onde se daria a batalha, e vai acelerando junto com a ofensiva zumbi contra os heróis.

Sapochnik usa muito bem dos elementos de gênero para trazer o horror às cenas capitais que envolviam suspense, e tem em Arya Stark sua protagonista principal onde ela merecia ser, num fechamento perfeito de arco de sua personagem, que fez valer todas as temporadas de treinamento tediosas que nos obrigou a acompanhar. Cada ensinamento esteve ali na Batalha de Winterfell, e fez ser crível o desfecho deste episódio.

Não podemos dizer o mesmo dos confrontos envolvendo os dragões, que mesmo com os elementos adequados ficou confusa e escura, um dos pontos negativos junto com soluções deus ex machina para fechar arcos de personagens que perderam sua vida nesta batalha, principalmente no caso de Sir Jorah em defesa de Daenerys.

Também não podemos comemorar plenamente a morte do Rei da Noite como deveríamos pois seu fechamento de arco (pelo menos até aqui) se mostrou corrido demais para quem era anunciado desde o episódio-piloto como o grande algoz da humanidade, e desenvolveram esse risco de forma crescente conforme o inverno se aproximava, e o reduziram a uma batalha de 1h e um desfecho simplista, mesmo tendo escolhido muito bem sua assassina.

Chegamos assim na temporada final onde o roteiro vem prejudicando muito o fechamento da série, que ainda se sustenta pelos arcos incompletos de seus ótimos personagens vindos dos livros, e completar bem esses arcos possa ser o grande prêmio da série aos seus seguidores – e esperamos que sigam o bom exemplo do que fizeram com Arya, e não com o que fizeram com o Rei da Noite.