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6.5Nota da Hybrido
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A próxima resenha de nosso especial sobre a coleção da filmografia de Ingmar Bergman no Brasil pela Versátil Home Vídeo traz seu segundo filme, produzido em 1946, entitulado “Chove Sobre o Nosso Amor”, baseado numa peça norueguesa chamada “Bra Mennesker”, de Oskar Braaten.

Em uma noite chuvosa numa estação de trem, a desesperada jovem Maggi foge de algo e busca o primeiro trem para sair dali. Quando não consegue e vê que terá que pernoitar por ali, conhece o ex-presidiário David, com quem divide um quarto por necessidade, e acabam se envolvendo.

Decididos a ter uma vida a dois, o casal Maggi e David buscam preencher todos os passos que a sociedade exige de um casal digno segundo seus critérios: ter uma boa casa, casar e constituir família. Porém, a mesma sociedade lhe impõe barreiras na busca pelo emprego (pela dificuldade de reinserção de David, um ex-preso), na busca da moradia (explorados e chantageados por um proprietário aproveitador), para casarem (burocracia da Igreja) e constituição de família, pelo passado de Maggi que se impõe na discussão do futuro do casal.

Neste filme, o ainda jovem Bergman ainda se utiliza de um narrador (que neste filme rompe constantemente a diegese, extrapolando a base teatral de seu enredo), mas já tenta impor uma marca que flerta levemente com a veia neorrealista italiana pelas agruras do casal para conseguir construir sua vida da forma correta.

Apesar de ainda cru e persistindo alguns traços de ingenuidade em seus personagens, o universo duro criado em torno da constituição do casal perante a sociedade sueca quebra um pouco a pegada folhetinesca do roteiro, e consegue passar sua mensagem sem maiores problemas narrativos, mostrando mais um passo de Ingmar Bergman dentro de sua obra enquanto cieneasta.