M3GAN (2023), de Gerard Johnstone
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9.5

Quando assisto a um filme, procuro me abster de expectativas, no anseio de ser surpreendida – tanto negativa, quanto positivamente.

Assim foi o caso de “M3GAN”, novo terror da Universal Pictures, que se revelou uma grata surpresa.

Com um mercado já bem servido de histórias horripilantes, protagonizadas por bonecos do mal, “M3GAN” encontra um caminho surpreendente ao optar por um roteiro sólido, inteligente e aguçante.

Após um acidente de carro,  Cady (Violet McGraw), fica orfã e se vê repentinamente sob a guarda de sua tia, Gemma (Allison Williams, em uma atuação sem tantos maneirismos como de costume).

Gemma, por sua vez,  é uma talentosa  engenheira robótica, extremamente focada e workaholic, que trabalha na criação e desenvolvimento de brinquedos de IA – inteligência artificial.

Em meio a pressão de seu emprego e sem saber como lidar com o luto de sua sobrinha (e seu próprio), Gemma mergulha no trabalho e passa a desenvolver seu projeto chamado “Model 3 Generative Android” – abreviado de MEGAN, que se trata de uma inteligência artificial extremamente avançada, em forma de uma boneca realista.

Parte do sistema operacional de Megan consiste no recorrente aprimoramento de suas funções, através de auto atualização, o que significa dizer que ela aprende e absorve dados com sua convivência, ficando cada vez mais inteligente.

Gemma emparelha Megan a Cady, fazendo com que a IA reconheça a garota como sua principal usuária e como tal, sua protegida.

Conforme o tempo passa, MEGAN e Cady formam uma relação de co-dependência, ao passo em que Cady só consegue se relacionar naturalmente com a boneca e MEGAN, por sua vez, se torna cada vez mais protetiva e possessiva, passando a punir todos que considere um perigo à garota. E sua punição é a morte.

O filme resgata um saudoso tom slasher, através de uma vilã inteligente e debochada, que oferece vários momentos de riso solto – e também culpado – nos colocando na posição de cínicos cúmplices da maldade sobre a qual estamos rindo.

Ao mesmo tempo, as quebras cômicas potencializam os momentos de susto, nos mantendo em constante vigília, já que a qualquer momento sabemos que a coisa pode desandar. E neste quesito, o filme não decepciona, com cenas muito bem executadas.

A expectativa e o sucesso do filme se dão ainda pela pela união de dois talentos da produção de filmes de terror – Jason Blum, da Blumhouse, produtor de sucessos como Atividade Paranormal, Corra, Halloween (2018), Uma noite de Crime, entre outros, e James Wan, da Atomic Monster, responsável por franquias como Jogos Mortais e Invocação do Mal.

À parte disso tudo, o que chama atenção para “Megan” é que o medo é imputado através do retrato crítico de algo extremamente presentificado em nossas vidas – a tecnologia.

Cada vez mais avançada, a tecnologia se integrou de forma intrínseca em nossas vidas, ocupando espaço essencial para realização e desenvolvimento de nossas atividades comerciais e de lazer. Desta forma, a  relação de Cady e Megan espelha nossa co-dependência com a tecnologia, ainda que não a consideremos (ainda) como um perigo à nossa existência.

O filme provoca a análise quanto aos limites de tal relação, nos obrigando a enxergar uma realidade com a qual compactuamos e incentivamos. A crítica é tão certeira que, finda a sessão de exibição do filme, a sala de cinema se assemelhava a um auditório de vagalumes, preenchida por pontos iluminados, decorrentes das luzes de Smart Phones. Sendo assim, espero que a tecnologia de Megan se atenha aos filmes, caso contrário teremos grandes problemas.

M3GAN | Trailer 2 Oficial

19 de janeiro nos cinemas Versões acessíveis disponíveis, consulte os cinemas para mais informações.​ Curta a Universal Pictures no Facebook: https://www.facebook.com/UniversalPicturesBR Siga nosso perfil no Instagram: https://www.instagram.com/universalpicsbr/ Siga nosso perfil no Twitter: https://twitter.com/UniversalPicsBr Siga nosso perfil no TikTok: https://www.tiktok.com/@universalpicsbr http://www.m3ganfilme.com.br Diretor: Gerard Johnstone Escritor: Akela Cooper Escritor/Produtor: James Wan Produtor: Jason Blum Produtor Executivo: Allison Williams, Mark Katchur, Ryan Turek, Michael Clear, Judson Scott, Adam Hendricks, Greg Gilreath Elenco: Allison Williams, Violet McGraw, Ronny Chieng, Brian Jordan Alvarez, Jen Van Epps, Lori Dungey, Stephane Garneau-Monten Ela é mais do que um brinquedo.