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“Minari” é um dos grandes destaques desta temporada de premiações – e isso tem uma razão de ser. O filme foi lançado no Festival de Sundance em 2020 e desde então vem colecionando prêmios, já incluindo o Globo de Ouro e Critics Choice Awards, além de ser um dos favoritos na corrida pelo Oscar.
Dirigido por Lee Isaac Chung, conta a história de uma família sul-coreana, já residente há certo tempo nos Estados Unidos, que adquire um pedaço de terra no Arkansas e se muda em busca de uma nova vida, com melhores condições. Com o passar do tempo, eles começam a sentir os ônus de seus sonhos.
Além da fotografia, que reforça a beleza natural do espaço no qual eles estão inseridos, “Minari” chama atenção pelo roteiro. A trama se desenvolve em camadas – acompanhamos as dificuldades do patriarca no trato com a terra adquirida, que testa constantemente sua resiliência; e, em paralelo, como essa situação afeta diretamente a estrutura familiar, já fragilizada por conta das diversas dificuldades às quais eles estão submetidos.
O relacionamento familiar só piora com a chegada da avó, que passa longe do estereótipo de vovó boazinha e carinhosa, e que grifa a situação de tensão na qual a família se encontra, sendo a agente responsável pelo impulsionamento das ações das personagens, o que faz com que a trama se fortaleça. Além de ser ainda a responsável pelo tom cômico em diversos momentos.
Temos ainda o fato de se tratar de uma família imigrante; que, apesar de já viver nos Estados Unidos, ainda assim, encontra refúgio em sua cultura própria – o que se traduz inclusive no trailer no qual eles vão morar, como figura representativa do isolamento desta família perante um novo país.
Justamente por ser uma história intimista, a trama se desenvolve com um ritmo próprio, que ganha força do decorrer do filme e culmina em um final digno e emocionante. Aliás, emocionante é a palavra que resume este filme.