Takashi Miike é um icônico diretor japonês, autor de clássicos do cinema nipônico como “Audição” (1999) e “13 Assassinos” (2010), e lançou este ano “Primeiro Amor”, filme que adota uma narrativa bem gráfica e sanguinolenta como contexto de uma improvável história de amor.
A história em tese é simples: um jovem boxeador chamado Leo (Masataka Kubota) se impõe a socorrer a prostituta Monica (Sakurako Konishi) na rua, e acaba se envolvendo numa guerra causada pelo roubo de uma mala de heroína de um depósito clandestino da Yakuza que dura toda a noite.
Takashi Miike usa e abusa de boas cenas de luta e tiroteios tanto pela plasticidade como pela habilidade com a câmera, e o roteiro de Masa Nakamura é fundamental em seu ótimo timing de humor em diálogos e em cenas pitorescas de violência, fazendo a proposta de Miike fluir bem ao longo de todo o filme, que em momentos lembra bastante “Amor à Queima Roupa” (1993), escrito por Quentin Tarantino e dirigido por Tony Scott.
“Primeiro Amor” é mais uma amostra do talento de Takashi Miike em realizar obras de qualidade e que entretêm na mesma medida, explorando bem o universo da Yakuza, do boxe e da noite de Tóquio dentro do desenvolvimento de seus vários personagens no filme.