ONDE: GOOGLE PLAY, LOOKE, NOW, VIVO PLAY e ITUNES.
Estreou nessa semana nas plataformas de streaming o filme nacional SocialMente, de Leandro D’errico. Ele faz uma crítica ácida à busca do estrelismo midiático. A história foca em Léo, um ator que decide fazer um documentário sobre sua vida, recheado de fatos forjados, com o objetivo de ficar famoso nas redes sociais e, com isso, atingir a tão sonhada fama. No caminho, ele utiliza todo e qualquer subterfúgio que vem à sua influenciável mente.
A obra é um mockumentary, com forte influência Gervaziana (licença poética para citar o estilo de comédia realizada pelo Britânico Rick Gervais), e como tal, é recheado de situações absurdas e constrangedoras, silêncios desconfortáveis, depoimentos (muitas vezes non sense) dos envolvidos, além de diversas quebras de narrativa.
O filme foge das comédias nacionais e populares costumeiras e propõe um humor mais refinado, acessível talvez à um público mais especializado; entretanto, o que poderia ser limitador, não atrapalha a identificação do espectador, ao passo que se apoia em um elenco extremamente afiado, que conduz com fluidez às situações propostas, nos inserindo diretamente na história; afinal de contas, todo mundo tem, conhece, ou até mesmo é (quem sabe), alguém muito “exibicionista” nas redes sociais.
Mas o interessante é que através deste mecanismo, o filme levanta uma importante e bem fundamentada análise acerca da realidade social atual – em que as redes sociais – instagram em específico – atuam como medidoras de felicidade e sucesso, e o número de seguidores é fator determinante em uma contratação. Numa sociedade em que cada vez menos somos considerados como individuo e mais como produtos – em si e como massa de manipulação – questionar o limiar entre ficção e realidade se faz necessário. “Seria cômico se não fosse trágico”. Pois é. Vale a pena conferir.