Incrivelmente não lançado aqui em nenhuma plataforma (talvez pelo cartaz com as garçonetes de adereços curtíssimos, ou por ser vendido erroneamente como uma comédia), “Support the Girls” nos traz a história de Lisa (Regina Hall), uma gerente de um sports bar que conduz seu trabalho de forma afetuosa com suas funcionárias, e ao mesmo tempo media os interesses do proprietário frente à realidade que encontra no seu ambiente de trabalho.
O fio condutor da história aqui é a discussão da sororidade entre mulheres em diferentes níveis através da protagonista, em situações de êxito e fracasso comuns na nossa sociedade, e o diretor Andrew Bujalski (do também bom e pouco visto “Resultados”, de 2015) quebra clichês de comportamento através de seus personagens secundários, como a menina bonitinha apaixonada por um cara mais velho e que a trata bem, ou a mãe solteira que traz as opiniões mais razoáveis daquele estabelecimento.
Mas é claro que sem a ótima interpretação de Regina Hall como a protagonista, criada com uma profundidade muito interessante frente aos temas abordados, tudo isso não ficaria na mente do espectador. Sua primeira cena chorando sozinha no carro ao estacionar, já dá a dica de todo o peso e responsabilidade que Lisa carrega na vida e naquele bar, e a última com a catártica cena de desopilação num telhado.
Dentro do bom roteiro enxerga-se boas mensagens sobre mercado de trabalho, racismo, machismo, atendimento a cliente, fetichização da mulher no ambiente de trabalho, depressão, assédio, tudo isso é espalhado pelo filme como marcas, que em conjunto montam um bom drama que merecia ganhar mais peso com o tempo.