Cadu MouraA série “Succession” é a nova empreitada da HBO no campo do drama, mesmo com tons de humor ácido muito característicos do seu showrunner, o britânico Jesse Armstrong, além da presença de Adam McKay e Will Ferrell entre seus produtores executivos.
A sinopse da série indica que trata-se da disputa pela sucessão de Logan Roy (Brian Cox) à frente dos seus negócios bilionários entre seus três filhos, Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook) e Roman (Kieran Culkin), além de seu staff que incluir personagens com vínculos de sangue, como Tom (Matthew Macfadyen), marido de Shiv, ou o sobrinho de Logan, Greg (Nicholas Braun).
Sendo uma leve mistura referenciada na família Murdoch e no clássico shakespeariano “Rei Lear”, a série “Succession” nos entrega uma interessantíssima primeira temporada, onde Kendall, ao se sentir frustrado pelo pai não o indicar como seu sucessor imediato como CEO, decide confrontá-lo por dentro do conselho de acionistas de forma crescentemente drástica.
Os personagens são bem apresentados nesta primeira temporada, cada um com sua profundidade e arcos bem definidos para a movimentada temporada, não deixando a peteca cair do primeiro ao impactante último episódio, no confronto final entre as táticas de pai e filho ao longo da temporada, talvez com exceção ao arco de Shiv, muito distante do eixo central do drama dessa primeira temporada.
Já na segunda temporada, Armstrong corta as gorduras de subtextos pouco relevantes (antigo casamento de Kendall, menos tempo de tela pra esposa de Logan), e nos entrega uma segunda temporada ainda melhor, mais madura e imprevisível, com todos os personagens vivendo o mesmo arco, mesmo que em subtextos distintos, mas ainda assim interligados.
Nesta temporada, Logan enfrenta as consequências das disputas viscerais entre Logan e Kendall, e dos problemas mal resolvidos da empresa mal analisados devido a esses embates internos da família Roy, onde os três irmãos disputam a preferência do pai para o comando dos negócios da família, sempre sendo submetidos aos preços mais altos em nome desses objetivos.
Os diálogos são um grande destaque nessa série, e nesse ponto a qualidade e entrosamento do elenco nos remete a peças de teatro, com destaque a Brian Cox, Jeremy Strong, Sarah Snook, Kieran Culkin, Matthew Macfadyen, Nicholas Braun, e a menores participações ao longo das temporadas, como James Cromwell, Danny Huston. Eric Bogossian e Holly Hunter.
Abre-se um potencial imenso de evolução da série para a próxima temporada, após o desfecho surpresa da segunda temporada de “Succession”, e fica claro que se trata de uma das melhores séries da atualidade na TV norte-americana.
1ª Temporada – nota 9,5
2ª Temporada – nota 10,0