Nota da Hybrido
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Indicado ao Urso de Ouro de melhor filme no último Festival de Berlim, o novo filme do diretor Christian Petzold chega às telonas brasileiras sob expectativa adequada às obras anteriores do cineasta, como “Barbara” e “Phoenix”, muito elogiadas pela crítica.

E o filme corresponde a estas expectativas, ao contar a história de Georg (Franz Rogowski), que deixa Paris após invasão fascista na cidade e aporta em Marselha sob a identidade de um escritor falecido, cujos documentos estão em sua posse após uma entrega frustrada de documentos ao mesmo. Preso na burocracia de documentos de trânsito para emigração em Marselha, Georg conhece um casal, o médico Richard (Godehard Giese) e a jovem Marie (Paula Beer), desesperada em busca de seu marido perdido.

Petzold apresenta um universo transpondo um contexto da Segunda Guerra Mundial para hoje, atualizando as novas diferenças étnicas e econômicas sob o atual verniz do fascismo, que se espalha pelo mundo. O roteiro aposta na fusão da narrativa herdada do autor literário por seu protagonista em meios aos seus documentos, e traz um ar noir interessante para a história, e principalmente para os conflitos de seu protagonista perante sua consciência, suas escolhas e seu futuro.

A fotografia e a trilha sonora são importantes na construção desse universo misterioso e tenso, e Petzold amarra muito bem a narrativa da história sob a perspectiva cinematográfica, fechando a obra com uma sugestão metafísica coerente com todo o contexto a apresentado.