O novo filme do herói da vizinhança, dentro do universo cinemático da Marvel e cercado de mistérios e possibilidades sobre implicações no multiverso daquele mundo, se apresenta aqui como um jovem às portas da fase da maturidade de um Peter Parker que ainda sofre com as consequências do desfecho de seu último filme, ao ter sua identidade secreta revelada.
A metáfora fantástica de um jovem evitando de assumir as responsabilidades de seus atos, buscando atalhos através da magia de Doutor Estranho para reverter o impacto de suas ações a todos à sua volta, e as novas consequências trazidas por não encarar seus problemas de frente o assombram e impõem novas duras lições ao herói aracnídeo, aqui numa obra em que enfim o talento de Tom Holland é minimamente requerido.
A grande virada da história aqui vem de lições amplamente inseridas em outros filmes do Homem-Aranha que enfim é diretamente abordada pela versão MCU do herói teioso, e que impõe enxergar nos vilões algo além de oponentes, e até onde vai o heroísmo ao enxergar no seu oponente um sujeito com falhas como si próprio? Os vilões aqui são apresentados pelas suas características óbvias, mas ao longo do filme mostram mesmo que timidamente algo a mais que os impuseram a ser daquela forma, através de suas histórias pregressas.
O excesso de fan service, o CGI escuro, as piadinhas de franquia Disney, tudo se repete aqui como em outros filmes do universo Marvel nos cinemas, mas existe algo além, melhor e mais denso nestas diversas abordagens ao protagonista, e que enfim consegue reverter todas as distorções do que realmente sempre interessou nos conflitos do personagem, que é o confronto entre seu senso de responsabilidade e do que ele precisa abdicar para cumprir esse papel no mundo, em especial em sua cidade.